{"id":3643,"date":"2022-07-01T23:47:01","date_gmt":"2022-07-02T02:47:01","guid":{"rendered":"http:\/\/www.brasil-economia-governo.org.br\/?p=3643"},"modified":"2022-07-01T23:47:01","modified_gmt":"2022-07-02T02:47:01","slug":"pib-do-segundo-semestre-de-2022-nao-comecou-bem","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/?p=3643","title":{"rendered":"PIB do segundo semestre de 2022 n\u00e3o come\u00e7ou bem"},"content":{"rendered":"

PIB do segundo trimestre de 2022 n\u00e3o come\u00e7ou bem<\/strong><\/h2>\n

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Por Roberto Macedo*<\/em><\/p>\n

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Dados setoriais de abril, j\u00e1 divulgados pelo IBGE, indicam que o PIB do segundo trimestre n\u00e3o come\u00e7ou bem. Segundo esses n\u00fameros, a ind\u00fastria de transforma\u00e7\u00e3o cresceu 0,1% no m\u00eas, relativamente ao m\u00eas anterior (mar\u00e7o). Nos demais setores, o crescimento foi de 0,9% no com\u00e9rcio varejista, 0,7% no com\u00e9rcio varejista ampliado e 0,2% no setor de servi\u00e7os, que \u00e9 o mais importante \u2013 vale lembrar que no m\u00eas anterior sua taxa foi de 1,4%.<\/p>\n

Com base nesses e noutros dados a Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV), do Rio de Janeiro, por meio do seu Monitor do PIB, estimou que o crescimento do PIB no m\u00eas foi de 0,3%.<\/p>\n

Conforme j\u00e1 apontado neste espa\u00e7o, h\u00e1 um fator que j\u00e1 favorece o crescimento do PIB em 2022. Se este ficasse no mesmo valor do primeiro trimestre de 2022, quando cresceu 1% e chegou ao \u00edndice de 174,13 (fazendo a m\u00e9dia de 1995 = 100), ele cresceria 1,5% em 2022, pois o \u00edndice m\u00e9dio de 2021 foi 171,6 e dividindo-se 174,13 (que seria o \u00edndice m\u00e9dio de 2022 na hip\u00f3tese acima) por ele, essa seria a taxa de crescimento. Esse pequeno aumento em abril tamb\u00e9m contribuiria para a eleva\u00e7\u00e3o dessa taxa anual.<\/p>\n

Vale lembrar tamb\u00e9m que com esse \u00edndice de 174,13 no primeiro trimestre deste ano e esse pequeno aumento em abril, o\u00a0PIB ainda n\u00e3o voltou ao \u00edndice que j\u00e1 havia alcan\u00e7ado no quarto\u00a0trimestre de 2014 (!), de 175,2. Ou seja, desde ent\u00e3o entrou numa depress\u00e3o que se revela duradoura.\u00a0\u00a0E desde 1980 o PIB vem mostrando um desempenho inferior a seu potencial.<\/p>\n

Nesse contexto, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, numa palestra em Lisboa no \u00faltimo dia 27, colocou a previs\u00e3o de um crescimento do PIB de 1,7% em 2022, enquanto a \u00faltima previs\u00e3o do Relat\u00f3rio Focus, pesquisado pelo mesmo Banco Central junto a analistas de mercado, estava em 1,5% no in\u00edcio de junho. Em princ\u00edpio, portanto, Campos Neto parece j\u00e1 ter incorporado essa taxa de 0,3% em abril, da FGV, na sua previs\u00e3o, e est\u00e1 supondo que at\u00e9 o fim do ano o PIB ainda crescer\u00e1 mais um pouquinho. Mas tamb\u00e9m pode acontecer alguma queda, em face de problemas como a infla\u00e7\u00e3o alta que corr\u00f3i remunera\u00e7\u00f5es, e quest\u00f5es fiscais do governo que prejudicam expectativas de investidores. Quanto a isso, os investimentos, na forma de forma\u00e7\u00e3o bruta de capital fixo, v\u00eam mostrando taxas negativas desde o in\u00edcio do ano, inclusive em abril, conforme apontado pelo Monitor do PIB da FGV.<\/p>\n

Pode-se concluir que h\u00e1 analistas prevendo mais pequenos aumentos at\u00e9 o fim do ano, enquanto outros apontam a perspectiva de quedas. O resultado final da taxa anual ainda n\u00e3o pode ser determinado, e nosso palpite \u00e9 que ficar\u00e1 perto de 2%, o que n\u00e3o seria uma boa taxa, mas apenas a confirma\u00e7\u00e3o de que a nossa economia n\u00e3o mostra for\u00e7as suficientes para superar sua tend\u00eancia hist\u00f3rica de baixo crescimento, que j\u00e1 dura d\u00e9cadas.<\/p>\n

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* Roberto Macedo<\/em><\/strong> \u00e9 economista (UFMG, USP e\u00a0Harvard), professor s\u00eanior da USP e membro do Instituto Fernand Braudel.<\/em><\/p>\n

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Artigo publicado no site da Funda\u00e7\u00e3o Espa\u00e7o Democr\u00e1tico em 30 de junho de 2022.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Para o autor, no ano o PIB ficar\u00e1 perto de 2%, o que \u00e9 a confirma\u00e7\u00e3o de que a nossa economia n\u00e3o mostra for\u00e7as suficientes para superar sua tend\u00eancia hist\u00f3rica de baixo crescimento.<\/p>\n","protected":false},"author":125,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"footnotes":""},"categories":[8,776],"tags":[66,854,821],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/posts\/3643"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/users\/125"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Fcomments&post=3643"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/posts\/3643\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Fmedia&parent=3643"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Fcategories&post=3643"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Ftags&post=3643"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}