{"id":3504,"date":"2021-10-01T03:05:53","date_gmt":"2021-10-01T06:05:53","guid":{"rendered":"http:\/\/www.brasil-economia-governo.org.br\/?p=3504"},"modified":"2021-10-01T03:05:53","modified_gmt":"2021-10-01T06:05:53","slug":"a-diferenca-entre-o-crescimento-do-pib-entre-2020-e-2021-e-dentro-de-2021","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/?p=3504","title":{"rendered":"A diferen\u00e7a entre o crescimento do PIB entre 2020 e 2021 e dentro de 2021"},"content":{"rendered":"

A diferen\u00e7a entre o crescimento do PIB entre 2020 e 2021 e dentro de 2021<\/strong><\/h3>\n

 <\/p>\n

Por Roberto Macedo\u00a0<\/em><\/p>\n

 <\/p>\n

2021 ainda n\u00e3o terminou, mas j\u00e1 se pode prever que quando o PIB deste ano for publicado pelo IBGE, no final de fevereiro ou no in\u00edcio de mar\u00e7o de 2022, haver\u00e1 uma grande discuss\u00e3o sobre essa diferen\u00e7a. Conforme se prev\u00ea hoje, o crescimento do PIB entre 2020 e 2021 dever\u00e1 ficar perto de 5,2%, uma boa taxa para um crescimento anual. Contudo, se essa taxa for verificada, o crescimento do PIB dentro de 2021 ser\u00e1 de apenas 1,6%. O governo dever\u00e1 ressaltar o primeiro resultado, mas seus opositores procurar\u00e3o enfatizar o segundo.<\/p>\n

Com o aux\u00edlio do gr\u00e1fico a seguir explicarei essa diferen\u00e7a, e ao final darei minha vis\u00e3o de qual resultado \u00e9 o mais relevante.<\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

Esse gr\u00e1fico mostra o \u00cdndice de Volume Trimestral do PIB \u2013 S\u00e9rie encadeada (m\u00e9dia de 1995 = 100), come\u00e7ando do quarto trimestre de 2019 (2019.IV), e seguindo pelos quatro trimestres de 2020. Em 2021, os dados at\u00e9 o 2\u00ba trimestre s\u00e3o os j\u00e1 levantados pelo IBGE; os n\u00fameros dos dois trimestres seguintes sup\u00f5em aumentos de 0,4% no terceiro e 0,5% no quarto, relativamente aos respectivos trimestres anteriores, e s\u00e3o taxas consistentes com um crescimento de 5,2% do PIB entre 2020 e 2021. O \u00edndice m\u00e9dio do PIB em 2020 foi 163,5 e \u00e9 mostrado pelo gr\u00e1fico.<\/p>\n

Dadas essas informa\u00e7\u00f5es, a taxa de 5,2% prevista para a varia\u00e7\u00e3o entre 2020 e 2021 \u00e9 obtida pela compara\u00e7\u00e3o entre a m\u00e9dia dos n\u00fameros de 2021 e a m\u00e9dia de 2020, ou seja, 172 e 163,5. Essa taxa se decomp\u00f5e em duas. A primeira, de 3,6%, supondo que o PIB n\u00e3o crescesse nada em 2021, ou seja, comparando-se o valor de 169,4 com 163,5. Nessa hip\u00f3tese, o primeiro valor, que \u00e9 aquele com que o PIB terminou 2020, se manteria inalterado em 2021 e seria, assim, o seu valor m\u00e9dio.<\/p>\n

A segunda taxa, de 1,6%, resultaria aproximadamente do crescimento m\u00e9dio do PIB dentro de 2021, obtido dos seus \u00edndices trimestrais, que levam \u00e0 m\u00e9dia de 172, comparada com o valor do \u00faltimo trimestre de 2020, cujo valor, 169,4, j\u00e1 foi mencionado e consta do gr\u00e1fico.<\/p>\n

Agora, a minha avalia\u00e7\u00e3o. A primeira taxa, de 3,6%, resulta mais do mau resultado de 2020 do que do 2021, pois a m\u00e9dia do PIB de 2020 foi muito baixa, resultante da pandemia da covid-19 no mesmo ano. Esse efeito \u00e9 chamado de carregamento, pois melhora a taxa do PIB de 2021, independentemente do seu desempenho. J\u00e1 a segunda taxa, de 1,5% leva em conta apenas o crescimento dentro de 2021, comparando-o com o \u00edndice do quarto trimestre de 2020, ou seja, com o valor com que o PIB terminou o ano ap\u00f3s a recupera\u00e7\u00e3o em V, claramente evidenciada pelo gr\u00e1fico, ap\u00f3s a qual a economia n\u00e3o conseguiu crescer como o fez na haste direita desse V.<\/p>\n

 <\/p>\n

Roberto Macedo<\/strong> \u00e9 economista (UFMG, USP e\u00a0Harvard), professor s\u00eanior da USP e membro do Instituto Fernand Braudel.<\/p>\n

 <\/p>\n

Artigo publicado no site do Espa\u00e7o Democr\u00e1tico em 30 de setembro de 2021.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O autor mostra que a taxa de crescimento do PIB entre 2020 e 2021 \u00e9 maior do que a do crescimento do PIB em 2021<\/p>\n","protected":false},"author":125,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"footnotes":""},"categories":[8,776],"tags":[66,865,821],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/posts\/3504"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/users\/125"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Fcomments&post=3504"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/posts\/3504\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Fmedia&parent=3504"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Fcategories&post=3504"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Ftags&post=3504"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}