{"id":3498,"date":"2021-09-17T09:41:56","date_gmt":"2021-09-17T12:41:56","guid":{"rendered":"http:\/\/www.brasil-economia-governo.org.br\/?p=3498"},"modified":"2021-09-17T09:43:30","modified_gmt":"2021-09-17T12:43:30","slug":"pib-do-segundo-trimestre-de-2021-ainda-nao-voltou-ao-de-2013","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/?p=3498","title":{"rendered":"PIB do segundo trimestre de 2021 ainda n\u00e3o voltou ao de 2013"},"content":{"rendered":"

PIB do segundo trimestre de 2021 ainda n\u00e3o voltou ao de 2013!<\/strong><\/h3>\n

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Por Roberto Macedo<\/em><\/p>\n

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No dia 1\u00ba de setembro o IBGE divulgou os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil relativos ao segundo trimestre deste ano. O relat\u00f3rio sobre o assunto retroage a dados de 1996 apresentados num de seus gr\u00e1ficos, mostrado a seguir.<\/p>\n

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A linha azul do PIB observado mostra que at\u00e9 o quarto trimestre de 2008 ele seguia uma trajet\u00f3ria de crescimento que ent\u00e3o foi interrompida por uma crise financeira nos Estados Unidos, que teve repercuss\u00f5es internacionais, alcan\u00e7ando tamb\u00e9m o Brasil. Aqui ela provocou uma recess\u00e3o, que os economistas definem como uma sequ\u00eancia de dois trimestres consecutivos de queda do PIB, e foi seguida de uma recupera\u00e7\u00e3o r\u00e1pida que retornou o PIB a seu maior valor anterior e a uma nova tend\u00eancia de aumento que durou at\u00e9 o terceiro trimestre de 2013, quando atingiu o seu maior valor da s\u00e9rie apresentada.<\/p>\n

Come\u00e7ou, ent\u00e3o, uma nova recess\u00e3o, que se encerrou no primeiro trimestre de 2017, quando o PIB voltou a crescer, mas a taxas inferiores \u00e0s que crescia antes da crise de 2008, conforme se percebe pela menor inclina\u00e7\u00e3o das linhas que v\u00e3o de 2017 a 2019, relativamente \u00e0quelas 2009 e 2013.<\/p>\n

No in\u00edcio de 2020 veio novamente uma recess\u00e3o, associada \u00e0 pandemia da Covid-19, que durou at\u00e9 o primeiro trimestre de 2021, quando a economia cresceu 1,2% relativamente ao \u00faltimo trimestre de 2020, retornando o PIB ao valor que tinha no \u00faltimo trimestre de 2019, conforme se observa pela linha do PIB ajustado.<\/p>\n

Entretanto, n\u00e3o retornou ainda ao maior valor da s\u00e9rie, j\u00e1 referido, o do terceiro trimestre de 2013. Com isso, a economia saiu de uma recess\u00e3o, mas num contexto mais amplo ela permanece em depress\u00e3o, este um movimento mais longo e mais grave que o de recess\u00f5es.<\/p>\n

A recupera\u00e7\u00e3o da recess\u00e3o da pandemia da Covid-19 foi chamada de recupera\u00e7\u00e3o em V, formato que a linha do PIB mostrou em 2020. E como mostra o gr\u00e1fico, a depress\u00e3o que assola a economia desde 2013 tem um formato mais longo e achatado, como o da parte inferior de um U, mas a ponta de sua haste direita ainda est\u00e1 abaixo da ponta da haste esquerda.<\/p>\n

A conclus\u00e3o do exposto \u00e9 que a economia brasileira est\u00e1 numa situa\u00e7\u00e3o mais grave que a ressaltada sobre o notici\u00e1rio econ\u00f4mico, mais focado no curto prazo e nessa recupera\u00e7\u00e3o em V, sem essa vis\u00e3o de um passado mais longo, a da depress\u00e3o ainda em curso.<\/p>\n

Uma estimativa da taxa que o PIB precisaria crescer para sair dela seria de 3% a partir do terceiro trimestre deste ano, mas o cen\u00e1rio \u00e9 o de que, com muita sorte, o Brasil s\u00f3 conseguiria isso no final de 2022. Na contram\u00e3o desse cen\u00e1rio, o PIB do segundo trimestre de 2021 caiu 0,1% e at\u00e9 o final do ano os analistas do mercado financeiro, conforme se depreende das recentes edi\u00e7\u00f5es do Boletim Focus do Banco Central, est\u00e3o indicando que nesse per\u00edodo ele s\u00f3 vai crescer algo pr\u00f3ximo de 0,5%.<\/p>\n

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Roberto Macedo<\/strong> \u00e9 economista (UFMG, USP e\u00a0Harvard), professor s\u00eanior da USP e membro do Instituto Fernand Braudel.<\/p>\n

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Artigo publicado no site da Funda\u00e7\u00e3o Espa\u00e7o Democr\u00e1tico em 14 de setembro de 2021.<\/p>\n

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O autor enfatiza o car\u00e1ter prolongado do baixo crescimento econ\u00f4mico brasileiro.<\/p>\n","protected":false},"author":125,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"footnotes":""},"categories":[8,776],"tags":[66,854,821,580],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/posts\/3498"}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/users\/125"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Fcomments&post=3498"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/posts\/3498\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Fmedia&parent=3498"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Fcategories&post=3498"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Ftags&post=3498"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}