{"id":643,"date":"2011-07-04T13:37:32","date_gmt":"2011-07-04T16:37:32","guid":{"rendered":"http:\/\/www.brasil-economia-governo.org.br\/?p=643"},"modified":"2011-07-04T13:37:32","modified_gmt":"2011-07-04T16:37:32","slug":"como-o-gasto-publico-elevado-desequilibra-a-economia-brasileira","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/?p=643","title":{"rendered":"Como o gasto p\u00fablico elevado desequilibra a economia brasileira?"},"content":{"rendered":"
Em compara\u00e7\u00e3o internacional, h\u00e1 argumentos para mostrar que o gasto p\u00fablico brasileiro \u00e9 alto. Utilizando dados da Penn World Table <\/em>(uma confi\u00e1vel fonte de informa\u00e7\u00e3o comparada de contas nacionais) acerca do consumo dos governos[1]<\/a>, \u00e9 poss\u00edvel estimar qual seria o excesso\/insufici\u00eancia de consumo governamental de cada pa\u00eds em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 m\u00e9dia internacional.<\/p>\n Foram realizadas nove diferentes estima\u00e7\u00f5es[2]<\/a>. Elas mostraram que o Brasil teria um excesso de gastos entre 14% e 26%. Tal excesso o colocaria pr\u00f3ximo ao topo do ranking de pa\u00edses com maior excesso de gastos. Na m\u00e9dia das nove estima\u00e7\u00f5es realizadas, o Brasil fica em 13\u00ba lugar em um conjunto de 103 pa\u00edses. Portanto, entre os 13% que mais gastam. A Tabela 1 apresenta o ranking dos 20 pa\u00edses com maior excesso de gastos nas estima\u00e7\u00f5es realizadas.<\/p>\n Se olharmos em uma perspectiva temporal, tamb\u00e9m constataremos que o gasto p\u00fablico tem crescido de forma consistente no Brasil. A despesa do governo federal passou de 19% para 30% do PIB entre 1995 e 2009[3]<\/a>.<\/p>\n .<\/p>\n O gasto p\u00fablico elevado e crescente gera um ciclo vicioso retratado na Figura 1 a seguir. Para manter o equil\u00edbrio das contas p\u00fablicas, em um contexto de gastos n\u00e3o-financeiros crescentes, e atingir a meta de super\u00e1vit prim\u00e1rio, o governo aumenta tributos (seta n\u00ba 1) e corta investimento p\u00fablico (seta n\u00ba 2), o que acaba desestimulando o investimento privado (seta n\u00ba 3): a maior carga tribut\u00e1ria reduz a rentabilidade l\u00edquida dos empreendimentos privados e a queda do investimento p\u00fablico gera deteriora\u00e7\u00e3o da infra-estrutura de transportes, aumentando o custo final da produ\u00e7\u00e3o. Essa redu\u00e7\u00e3o no investimento privado e em outros componentes da despesa agregada sempre que o Estado aumenta a despesa p\u00fablica \u00e9 conhecido na literatura econ\u00f4mica como efeito crowding-out<\/em>.<\/p>\n Tabela 1 –\u00a0 Posi\u00e7\u00e3o dos pa\u00edses no ranking<\/em> de excesso de gasto (valor observado menos valor estimado) em cada uma das nove estima\u00e7\u00f5es<\/p>\n