{"id":3634,"date":"2022-06-17T04:15:15","date_gmt":"2022-06-17T07:15:15","guid":{"rendered":"http:\/\/www.brasil-economia-governo.org.br\/?p=3634"},"modified":"2022-06-17T04:15:15","modified_gmt":"2022-06-17T07:15:15","slug":"o-pib-apos-a-taxa-de-1-no-1o-trimestre","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/?p=3634","title":{"rendered":"O PIB ap\u00f3s a taxa de 1% no 1\u00ba trimestre"},"content":{"rendered":"<h1 style=\"text-align: center;\"><strong>O PIB ap\u00f3s a taxa de 1% no 1\u00ba trimestre<\/strong><\/h1>\n<h3 style=\"text-align: center;\"><em>\u00a0<\/em><\/h3>\n<h3 style=\"text-align: center;\"><span style=\"color: #808080;\"><strong>As baixas taxas de crescimento observadas no per\u00edodo recente demonstram que esse fraco desempenho j\u00e1 se tornou uma quest\u00e3o estrutural de dif\u00edcil solu\u00e7\u00e3o no curto prazo.<\/strong><\/span><\/h3>\n<p><strong>\u00a0<\/strong><\/p>\n<p><em>Por <\/em><em>Roberto Macedo*<\/em><\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<p>O IBGE anunciou no \u00faltimo dia 2 que o\u00a0PIB\u00a0cresceu\u00a01% no primeiro trimestre, se comparado ao \u00faltimo trimestre de 2021. Isoladamente, a taxa n\u00e3o \u00e9 das piores, mas precisaria se manter ou se ampliar no restante do ano para que o crescimento em 2022 fosse maior.<\/p>\n<p>H\u00e1 um fator que j\u00e1 favorece o crescimento do PIB em 2022. Se este ficasse no mesmo valor do primeiro trimestre de 2022, quando chegou ao \u00edndice de 174,13 (fazendo a m\u00e9dia de 1995 = 100), cresceria 1,5% em 2022, pois o \u00edndice m\u00e9dio de 2021 foi 171,6 e dividindo-se 174,13 (que seria o \u00edndice m\u00e9dio de 2022 na hip\u00f3tese acima) por ele, esta seria a taxa de crescimento.<\/p>\n<p>Para olhar \u00e0 frente, vale lembrar que com esse \u00edndice de 174,13 no primeiro trimestre deste ano o PIB ainda n\u00e3o voltou ao \u00edndice que j\u00e1 havia alcan\u00e7ado no quarto trimestre de 2014 (!), ou seja, 175,2. Ou seja, desde ent\u00e3o entrou numa depress\u00e3o que se revela duradoura. E desde 1980 o PIB vem mostrando um desempenho inferior ao seu potencial.<\/p>\n<p>As baixas taxas de crescimento do PIB que tamb\u00e9m v\u00eam sendo observadas em m\u00e9dia no per\u00edodo recente demonstram que esse fraco desempenho j\u00e1 se tornou uma quest\u00e3o estrutural de dif\u00edcil solu\u00e7\u00e3o no curto prazo. E as expectativas de analistas do mercado financeiro s\u00e3o de um crescimento id\u00eantico ao do primeiro trimestre, neste trimestre em andamento, e taxas ainda menores, ou mesmo negativas, nos dois \u00faltimos trimestres do ano, cujas dificuldades se prolongariam em 2023. Conforme atualiza\u00e7\u00e3o parcial do <em>Relat\u00f3rio Focus<\/em> do Banco Central em 6 de junho, a previs\u00e3o \u00e9 de que o PIB cres\u00e7a 1,2% em 2022 e 0,76% em 2023, este \u00faltimo n\u00famero indicando que as dificuldades do segundo semestre de 2022 se prolongariam no ano seguinte.<\/p>\n<p>A raz\u00e3o \u00e9 que h\u00e1 uma s\u00e9rie de fatores que apontam nessa dire\u00e7\u00e3o, entre eles muitas incertezas ligadas \u00e0 m\u00e1-situa\u00e7\u00e3o fiscal do governo e \u00e0 sua rea\u00e7\u00e3o diante dela, as quais poder\u00e3o aumentar a cota\u00e7\u00e3o do d\u00f3lar, dificultando ainda mais o combate da infla\u00e7\u00e3o, que tem corro\u00eddo os rendimentos reais e diminu\u00eddo o poder aquisitivo da popula\u00e7\u00e3o. A guerra na Ucr\u00e2nia permanece sem solu\u00e7\u00e3o, o que dever\u00e1 manter a press\u00e3o sobre o pre\u00e7o do petr\u00f3leo e das commodities. No primeiro trimestre deste ano, por conta da infla\u00e7\u00e3o o consumo das fam\u00edlias aumentou apenas 0,7%, ou seja, foi inferior ao crescimento do PIB, e o consumo do governo cresceu apenas 0,1%, indicativo de dificuldades fiscais. E a pol\u00edtica monet\u00e1ria vem elevando a SELIC, o que encarece empr\u00e9stimos e financiamentos de investimentos.<\/p>\n<p>Do lado positivo, a press\u00e3o da guerra na Ucr\u00e2nia sobre os pre\u00e7os das\u00a0<em>commodities<\/em>\u00a0poder\u00e1 ser aliviada se pelo menos se mantiverem onde est\u00e3o. Internamente, os gastos eleitorais e a expans\u00e3o de gastos p\u00fablicos, em particular nos estados, que est\u00e3o em melhor situa\u00e7\u00e3o financeira, poder\u00e3o trazer algum al\u00edvio. Tomara que venha uma taxa de crescimento maior, mas n\u00e3o se espera nada de excepcional, com a economia mantendo-se na rota de crescimento abaixo do seu potencial. Essa quest\u00e3o estrutural deve sobrar novamente para o pr\u00f3ximo governo.<\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<p>* <strong>Roberto Macedo<\/strong> \u00e9 economista (UFMG, USP e\u00a0Harvard), professor s\u00eanior da USP e membro do Instituto Fernand Braudel.<\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<p>Artigo publicado no site da Funda\u00e7\u00e3o Espa\u00e7o Democr\u00e1tico em 7 de junho de 2022.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>O autor analisa o desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre e faz proje\u00e7\u00f5es sobre o desempenho nos outros tr\u00eas trimestres deste ano, concluindo que o baixo crescimento da nossa economia j\u00e1 se tornou uma quest\u00e3o estrutural e que n\u00e3o ser\u00e1 f\u00e1cil o Pa\u00eds  retomar taxas de crescimento acima do seu potencial. <\/p>\n","protected":false},"author":125,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"footnotes":""},"categories":[8,776],"tags":[947,948],"class_list":["post-3634","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-crescimento-e-eficiencia-da-economia","category-reproducoes","tag-crescimento-do-pib","tag-crescimento-potencial"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/posts\/3634","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/users\/125"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Fcomments&post=3634"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=\/wp\/v2\/posts\/3634\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Fmedia&parent=3634"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Fcategories&post=3634"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/index.php?rest_route=%2Fwp%2Fv2%2Ftags&post=3634"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}