{"id":2793,"date":"2016-06-15T11:06:14","date_gmt":"2016-06-15T14:06:14","guid":{"rendered":"http:\/\/www.brasil-economia-governo.org.br\/?p=2793"},"modified":"2016-06-15T11:06:14","modified_gmt":"2016-06-15T14:06:14","slug":"como-as-universidades-publicas-no-brasil-perpetuam-a-desigualdade-de-renda-fatos-dados-e-solucoes","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/?p=2793","title":{"rendered":"Como as universidades p\u00fablicas no Brasil perpetuam a desigualdade de renda: fatos, dados e solu\u00e7\u00f5es"},"content":{"rendered":"
SUM\u00c1RIO EXECUTIVO<\/strong><\/p>\n <\/p>\n INTRODU\u00c7\u00c3O<\/strong><\/p>\n Na \u00faltima d\u00e9cada, o Brasil deu passos importantes na expans\u00e3o do n\u00edvel educacional da popula\u00e7\u00e3o.<\/strong>\u00a0<\/strong>Num espa\u00e7o de dez anos, a propor\u00e7\u00e3o de pessoas que tem ensino m\u00e9dio ou superior completo subiu de 30% para 42% da popula\u00e7\u00e3o. Esse incremento de 12% corresponde a, aproximadamente, 24 milh\u00f5es de pessoas a mais com o ciclo do ensino b\u00e1sico terminado.<\/p>\n Tal avan\u00e7o n\u00e3o se restringiu a um grupo espec\u00edfico de munic\u00edpios, mas ocorreu de forma generalizada<\/strong>. Contudo, ainda h\u00e1 uma dispers\u00e3o muito grande nos resultados. Enquanto em munic\u00edpios como Florian\u00f3polis (SC) mais de 65% da popula\u00e7\u00e3o adulta conclu\u00edram o Ensino M\u00e9dio, em outros, como Chaves (PA), apenas 4% o fizeram. Os avan\u00e7os ao longo do tempo, bem como a desigualdade entre os munic\u00edpios, podem ser observados na Figura 2 abaixo, com as curvas progredindo para a direita.<\/p>\n Apesar dessas melhorias, o pa\u00eds ainda apresenta n\u00fameros comparativamente baixos em rela\u00e7\u00e3o aos seus pares latino-americanos<\/strong>. Entre os maiores pa\u00edses do continente, somente a Col\u00f4mbia apresenta n\u00edveis educacionais semelhantes aos brasileiros. O hiato entre os n\u00edveis brasileiros e os l\u00edderes da regi\u00e3o chega a quase tr\u00eas anos de estudo.<\/p>\n Mesmo com mais da metade da popula\u00e7\u00e3o sem ensino m\u00e9dio e com \u00edndices de educa\u00e7\u00e3o b\u00e1sica comparativamente baixos, o investimento por aluno no Brasil prioriza o ensino superior<\/strong>. Segundo dados da Organiza\u00e7\u00e3o para a Coopera\u00e7\u00e3o e Desenvolvimento Econ\u00f4micos (OCDE), gasta-se quatro vezes com cada aluno do ensino superior p\u00fablico o valor que se investe em estudantes do ensino fundamental ou m\u00e9dio. Em m\u00e9dia, pa\u00edses da OCDE gastam com cada estudante de ensino superior 1,5 vezes o gasto do ensino m\u00e9dio \u2013 o que indica que a prioriza\u00e7\u00e3o brasileira ao ensino superior \u00e9 mais evidente.<\/p>\n Apesar de um estudante de ensino superior custar muito mais que o de uma educa\u00e7\u00e3o b\u00e1sica e mais da metade da popula\u00e7\u00e3o n\u00e3o ter terminado o ensino m\u00e9dio, o pa\u00eds observou uma expans\u00e3o forte das universidades p\u00fablicas na \u00faltima d\u00e9cada.<\/strong>\u00a0<\/strong>Se nos 20 anos entre 1980 e 2000 as vagas cresceram 80%, no per\u00edodo mais curto entre 2000 e 2014 as vagas em institui\u00e7\u00f5es p\u00fablicas aumentaram 120%.<\/p>\n Priorizar o ensino superior p\u00fablico em um pa\u00eds em que mais da metade da popula\u00e7\u00e3o n\u00e3o termina o ensino m\u00e9dio significa uma transfer\u00eancia de renda para os mais ricos.<\/strong>\u00a0<\/strong>N\u00e3o apenas os estudantes de fam\u00edlias mais ricas t\u00eam uma probabilidade maior de estudar nas universidades p\u00fablicas, como tamb\u00e9m pessoas que s\u00e3o beneficiadas por essas pol\u00edticas e estudam mais anos tendem a ter sal\u00e1rios maiores no futuro, perpetuando as desigualdades.<\/p>\n <\/p>\n A ESTRUTURA SOCIAL E DEMOGR\u00c1FICA DAS UNIVERSIDADES P\u00daBLICAS<\/strong><\/p>\n Quase toda pol\u00edtica p\u00fablica \u00e9 uma forma de transfer\u00eancia de renda<\/strong>. Quando os custos de uma pol\u00edtica est\u00e3o dispersos por toda a sociedade e os benef\u00edcios est\u00e3o concentrados em um grupo espec\u00edfico, aqueles que ajudam a financiar uma pol\u00edtica, mas dela n\u00e3o se beneficiam, est\u00e3o subsidiando os que recebem os servi\u00e7os prestados pelo governo.<\/p>\n Com as universidades p\u00fablicas isso se torna ainda mais claro: todos pagam pelas institui\u00e7\u00f5es, mas somente alguns t\u00eam acesso ao servi\u00e7o educacional que elas oferecem.<\/strong>\u00a0<\/strong>Por causa da alta concorr\u00eancia das universidades p\u00fablicas e da baixa qualidade das escolas p\u00fablicas brasileiras, aqueles em situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica mais vulner\u00e1vel t\u00eam pouca chance de conseguir uma vaga para estudar em uma universidade financiada pelo contribuinte.<\/p>\n Em m\u00e9dia, a renda familiar per capita de jovens que frequentam universidades p\u00fablicas (R$1422) \u00e9 mais de duas vezes maior do que a daqueles jovens que n\u00e3o frequentam universidade (R$690)<\/strong>1<\/sup>.<\/strong>\u00a0<\/strong>As fam\u00edlias 20% mais pobres t\u00eam v\u00e1rias dificuldades. Uma boa parte deles (50,8%) sequer termina o ensino m\u00e9dio. Al\u00e9m disso, a press\u00e3o que eles t\u00eam por trabalhar para contribuir com o or\u00e7amento familiar diminui a possibilidade que eles t\u00eam de se preparar para os altamente concorridos vestibulares ou mesmo se dedicar a um curso integral (e, na maior parte das vezes, diurno) que vai limitar sua possibilidade de trabalho.<\/p>\n Por isso, as universidades p\u00fablicas tendem a beneficiar os ricos de forma desproporcional.<\/strong>\u00a0<\/strong>Segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domic\u00edlios (PNAD), a classe alta corresponde a 24,8% da popula\u00e7\u00e3o. Mas, nas universidades p\u00fablicas, a classe alta ocupa 45,5% das vagas. Do outro lado dessa equa\u00e7\u00e3o, as pessoas que est\u00e3o hoje na classe baixa s\u00e3o 23,1% da popula\u00e7\u00e3o brasileira, mas apenas 8,4% da popula\u00e7\u00e3o universit\u00e1ria.<\/p>\n A probabilidade de um jovem estudar em uma universidade p\u00fablica est\u00e1 diretamente relacionada a sua renda familiar.<\/strong>\u00a0<\/strong>A probabilidade estimada de um jovem com renda familiar per capita de R$250 ao m\u00eas \u2013 por exemplo, uma chefe de fam\u00edlia que recebe R$1000 ao m\u00eas e sustenta um c\u00f4njuge e dois filhos \u2013 \u00e9 virtualmente nula: cerca de 2%. J\u00e1 aqueles jovens que v\u00eam de fam\u00edlias muito ricas, tendo uma renda familiar per capita de R$20 mil reais ao m\u00eas \u2013 digamos, o filho de um diretor de uma multinacional \u2013 t\u00eam uma chance de 40% de estudar em uma universidade p\u00fablica2<\/sup>.<\/p>\n O acesso desproporcional de grupos privilegiados \u00e0 universidade p\u00fablica \u00e9 mais pronunciado em determinados cursos.<\/strong>\u00a0<\/strong>N\u00e3o h\u00e1 dados de renda familiar dispon\u00edveis para a composi\u00e7\u00e3o de cursos das universidades p\u00fablicas, mas as tend\u00eancias de desigualdade s\u00e3o evidenciadas por diferen\u00e7as nas composi\u00e7\u00f5es de cor\/ra\u00e7a. Enquanto cursos como Pedagogia e Servi\u00e7o Social s\u00e3o majoritariamente negros, em outros, como Engenharia Mec\u00e2nica e Rela\u00e7\u00f5es Internacionais, negros s\u00e3o menos de um ter\u00e7o do corpo discente3<\/sup>.<\/p>\n Essa tend\u00eancia mant\u00e9m um padr\u00e3o: quanto mais dif\u00edcil o ingresso em um curso, menor a presen\u00e7a de negros entre os estudantes \u2013 e, presumivelmente, isso tamb\u00e9m se correlaciona com a renda familiar.<\/strong>\u00a0<\/strong>Como pode-se observar na Figura 9 abaixo, dentre os 90 cursos de universidades p\u00fablicas com mais de 10 mil estudantes, a correla\u00e7\u00e3o entre porcentagem de negros dentre os alunos e a nota de corte m\u00e9dia de cursos no Sistema de Sele\u00e7\u00e3o Unificada (SISU) do Minist\u00e9rio da Educa\u00e7\u00e3o \u00e9 negativa e estatisticamente significante.<\/p>\n Do modo como est\u00e1 desenhada atualmente, a pol\u00edtica de cotas raciais em nada altera essa existente desigualdade entre cursos.<\/strong>\u00a0Embora ela possa alterar a presen\u00e7a de negros em todos os cursos, empurrando a linha da regress\u00e3o na Figura 9 para cima, n\u00e3o h\u00e1 nenhum efeito esperado na inclina\u00e7\u00e3o da linha \u2013 ou seja, na rela\u00e7\u00e3o esperada entre notas do SISU e queda na propor\u00e7\u00e3o de negros.<\/p>\n Novos programas de investimento em universidades p\u00fablicas, como o Ci\u00eancia sem Fronteiras (CsF), exacerbam essas desigualdades.<\/strong>\u00a0<\/strong>Isso acontece por uma conflu\u00eancia de fatores. De in\u00edcio, como evidenciado anteriormente, negros t\u00eam menos acesso a cursos mais competitivos \u2013 que tendem a ser aqueles contemplados pelo CsF. Al\u00e9m disso, dentre os cursos eleg\u00edveis4<\/sup>, negros est\u00e3o sub-representados no grupo que \u00e9 escolhido para ir ao exterior. Enquanto brancos s\u00e3o cerca de metade do corpo discente dos cursos eleg\u00edveis para o CsF, dentre aqueles selecionados para, de fato, ir ao exterior, eles s\u00e3o 70%.<\/p>\n Subsidiar a educa\u00e7\u00e3o superior dos mais ricos enquanto os mais pobres sequer terminam o ensino m\u00e9dio resulta em transfer\u00eancia de renda dos mais pobres para os mais ricos.<\/strong>\u00a0<\/strong>Enquanto os filhos da elite s\u00e3o educados com o dinheiro dos contribuintes (no Brasil, majoritariamente negros e pobres), os filhos dos mais pobres ter\u00e3o pouqu\u00edssimas chances de conseguir entrar na universidade p\u00fablica.<\/p>\n Transferir renda para financiar a educa\u00e7\u00e3o dos mais ricos com impostos ajuda a perpetuar desigualdades, pois anos adicionais de estudo incrementam a renda de quem recebeu o benef\u00edcio.<\/strong>\u00a0<\/strong>Para cada ano adicional de estudo, adultos t\u00eam um aumento de sua renda entre 6,5% e 10%5<\/sup>. Por isso, as universidades p\u00fablicas brasileiras s\u00e3o um dos mais importantes mecanismos de perpetua\u00e7\u00e3o das desigualdades de renda que j\u00e1 existiu na hist\u00f3ria brasileira.<\/p>\n <\/p>\n NOVAS ALTERNATIVAS DE POL\u00cdTICA EDUCACIONAL<\/strong><\/p>\n Como as universidades p\u00fablicas beneficiam desproporcionalmente os mais ricos, os gestores p\u00fablicos deveriam reverter a prioriza\u00e7\u00e3o do ensino superior.<\/strong>\u00a0<\/strong>H\u00e1 vastas evid\u00eancias cient\u00edficas que demonstram que retornos ao investimento em educa\u00e7\u00e3o, em termos econ\u00f4micos para a sociedade e cognitivos para as crian\u00e7as, s\u00e3o maiores quando esses investimentos s\u00e3o direcionados \u00e0 educa\u00e7\u00e3o de base \u2013 em especial na primeira inf\u00e2ncia6<\/sup>.<\/p>\n Desigualdades na educa\u00e7\u00e3o de base s\u00e3o determinantes para desigualdades econ\u00f4micas e sociais futuras.<\/strong>\u00a0<\/strong>Diversas pesquisas j\u00e1 demonstraram que desigualdades de renda, n\u00edvel de desemprego, encarceramento, gravidez na adolesc\u00eancia e sa\u00fade entre brancos e negros, por exemplo, s\u00e3o, em sua maior parte, explicadas por diferen\u00e7as na qualidade da educa\u00e7\u00e3o de base recebida7<\/sup>. No Brasil, a redu\u00e7\u00e3o das desigualdades na educa\u00e7\u00e3o de base na d\u00e9cada de 2000 explicam 40% da redu\u00e7\u00e3o da desigualdade de renda no per\u00edodo8<\/sup>.<\/p>\n O governo federal tem autoridade para reverter parte do dinheiro investido nas universidades p\u00fablicas para o Fundo Nacional da Educa\u00e7\u00e3o B\u00e1sica e alterar este para financiar novos modelos de educa\u00e7\u00e3o<\/strong>. Algumas possibilidades pol\u00edticas de tais novos modelos s\u00e3o:<\/p>\n <\/p>\n Para financiar essas mudan\u00e7as, seria necess\u00e1rio instituir mensalidades nas universidades p\u00fablicas federais para aqueles que podem pagar, com bolsas condicionais \u00e0 renda familiar per capita do estudante ingressante.<\/strong>\u00a0Esse modelo j\u00e1 existe no mundo. Por exemplo, a Universidade da Calif\u00f3rnia, que \u00e9 uma universidade p\u00fablica, adota um modelo em que as bolsas podem cobrir desde tr\u00eas quartos do custo total da educa\u00e7\u00e3o (incluindo habita\u00e7\u00e3o, alimenta\u00e7\u00e3o, livros, etc.) para estudantes mais pobres mas converge para zero \u00e0 medida que a renda familiar aumenta. \u00c9 importante frisar que, em tal modelo, \u00e9 poss\u00edvel que aqueles estudantes que tenham renda familiar mais baixa, na verdade, recebam mais recursos do que hoje recebem com universidade sem mensalidade e com sistemas de assist\u00eancia estudantil. De fato, o custo da mensalidade \u00e9 apenas um ter\u00e7o do total13<\/sup>\u00a0e, ao focalizar recursos naqueles que n\u00e3o podem pagar, foi poss\u00edvel aumentar os benef\u00edcios para os que mais precisam. Ao mesmo tempo, as fam\u00edlias ricas quase n\u00e3o recebem nenhum subs\u00eddio do governo, limitando a transfer\u00eancia de renda de pobres para ricos que existiria se eles adotassem um modelo como o brasileiro.<\/p>\n H\u00e1 um projeto de lei apresentado no Senado Federal que pretende instituir a cobran\u00e7a de mensalidade para filhos de fam\u00edlias cuja renda familiar mensal for superior a R$ 26.400<\/strong>14<\/strong><\/strong><\/sup>.<\/strong>\u00a0Como essa proposta atingiria t\u00e3o-somente uma parcela muito pequena daqueles que, pertencentes \u00e0 classe alta, hoje se beneficiam das universidades p\u00fablicas, um sistema proporcional, conforme o mencionado acima, seria mais eficiente em levantar recursos para amenizar transfer\u00eancias de renda de pobres para ricos. Caso haja d\u00favidas sobre a constitucionalidade desse projeto, seria necess\u00e1rio emendar o Art. 206 da Constitui\u00e7\u00e3o para levar essa reforma adiante.<\/p>\n Adicionalmente, com a limita\u00e7\u00e3o dos recursos transferidos pelo governo federal, seria necess\u00e1rio reformar a legisla\u00e7\u00e3o para facilitar e incentivar a capta\u00e7\u00e3o aut\u00f4noma de recursos pelas pr\u00f3prias universidades<\/strong>\u00a0em complementa\u00e7\u00e3o \u00e0 cobran\u00e7a de mensalidades.<\/strong>\u00a0Entre essas medidas, poderiam se incluir, dentre outras:<\/p>\n <\/p>\n Em uma transi\u00e7\u00e3o, o financiamento das universidades p\u00fablicas pode combinar o atual regime de impostos com fontes alternativas de financiamento<\/strong>. Excluindo-se os gastos com servidores inativos, o gasto por aluno necess\u00e1rio para financiar as universidades federais \u00e9 de aproximadamente R$ 29 mil ao ano (ou cerca de R$ 2,4 mil ao m\u00eas)19<\/sup>. At\u00e9 que um sistema de financiamento privado via doa\u00e7\u00f5es e coopera\u00e7\u00e3o com o setor privado seja constru\u00eddo, \u00e9 prov\u00e1vel que o financiamento exclusivamente por mensalidades seja politicamente invi\u00e1vel. Por isso, um novo regime de financiamento deve incorporar uma transi\u00e7\u00e3o suave de m\u00e9dio prazo.<\/p>\n <\/p>\n CONCLUS\u00d5ES<\/strong><\/p>\n A atual prioriza\u00e7\u00e3o do ensino superior em termos de gasto por estudante, em uma m\u00e9dia muito maior do que a dos pa\u00edses da OCDE, contribui para a perpetua\u00e7\u00e3o de desigualdades sociais no Brasil.<\/strong>\u00a0Como pol\u00edticas p\u00fablicas, universidades estatais transferem rendas de pessoas relativamente pobres para aquelas relativamente ricas.<\/p>\n Reverter essa prioriza\u00e7\u00e3o focando-se na educa\u00e7\u00e3o de base traria importantes retornos em termos cognitivos para as crian\u00e7as, econ\u00f4micos para a sociedade e contribuiria para reduzir as desigualdades sociais e de renda.<\/strong>\u00a0Uma vez que desigualdades de performance s\u00f3cio-econ\u00f4mica na vida adulta tendem a estar relacionadas diretamente com a qualidade da educa\u00e7\u00e3o de base, uma equaliza\u00e7\u00e3o de oportunidades na educa\u00e7\u00e3o de base tenderia a amenizar desigualdades futuras.<\/p>\n Em termos regulat\u00f3rios, \u00e9 necess\u00e1ria uma ampla reforma do sistema educacional brasileiro.<\/strong>\u00a0Na educa\u00e7\u00e3o superior, a institui\u00e7\u00e3o de mensalidades proporcionais \u00e0 renda familiar do estudante e a flexibiliza\u00e7\u00e3o dos m\u00e9todos de capta\u00e7\u00e3o de recursos por universidades reduziria o fardo de impostos necess\u00e1rios para o financiamento dessas institui\u00e7\u00f5es. Na educa\u00e7\u00e3o de base, alternativas de descentraliza\u00e7\u00e3o da educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica e empoderamento dos pais de crian\u00e7as pobres na escolha da educa\u00e7\u00e3o de seus filhos, seja por meio de escolas p\u00fablicas aut\u00f4nomas ou por vales educacionais, contribuiria com melhoria da educa\u00e7\u00e3o recebida pelos grupos economicamente desfavorecidos.<\/p>\n <\/p>\n Os autores agradecem a C\u00e1ssio Ribeiro, Ronald Barbosa e Irapu\u00e3 Santana pela ajuda fundamental na compreens\u00e3o da legisla\u00e7\u00e3o que regula doa\u00e7\u00f5es e financiamento em universidades e por seus coment\u00e1rios e cr\u00edticas; e a Mar\u00edlia Mareto por sua cuidadosa revis\u00e3o. Enfatizamos que qualquer erro e omiss\u00e3o do presente estudo \u00e9 nossa responsabilidade.<\/em><\/p>\n <\/p>\n\n
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