{"id":2598,"date":"2015-09-09T11:25:01","date_gmt":"2015-09-09T14:25:01","guid":{"rendered":"http:\/\/www.brasil-economia-governo.org.br\/?p=2598"},"modified":"2015-10-16T13:22:11","modified_gmt":"2015-10-16T16:22:11","slug":"o-plano-de-producao-da-petrobras-e-exequivel","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/?p=2598","title":{"rendered":"O Plano de Produ\u00e7\u00e3o da Petrobras \u00e9 exequ\u00edvel?"},"content":{"rendered":"

Introdu\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n

A Petrobras divulgou seu Plano de Neg\u00f3cios e Gest\u00e3o (PNG) 2015-20191<\/sup> no final de junho deste ano. Na tentativa de superar a crise na qual mergulhou no \u00faltimo ano, o novo PNG traz altera\u00e7\u00f5es importantes em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 vers\u00e3o anterior, o PNG 2014-20182<\/sup>, que apontam para o encolhimento da companhia.<\/p>\n

A modifica\u00e7\u00e3o mais significativa \u00e9 a redu\u00e7\u00e3o dos investimentos programados, que passaram de US$ 220,6 bilh\u00f5es, no per\u00edodo 2014-2018, para US$ 130,3 bilh\u00f5es no per\u00edodo 2015-2019,queda de US$ 90,3 bilh\u00f5es. O investimento anual m\u00e9dio foi cortado em 41%, de US$ 44,12 bilh\u00f5es para US$ 26,06 bilh\u00f5es.<\/p>\n

A compara\u00e7\u00e3o entre os investimentos programados nos PNGs 2014-2018 e 2015-2019 para as grandes \u00e1reas de neg\u00f3cio da Petrobras \u00e9 mostrada na Figura 1.<\/p>\n

O maior corte proporcional, de 69%, ocorreu nas \u00e1reas de Abastecimento e de Distribui\u00e7\u00e3o. A primeira engloba as atividades de refino.Os projetos das refinarias Premium I, no Maranh\u00e3o, e Premium II, no Cear\u00e1, foram definitivamente cancelados; a constru\u00e7\u00e3o da refinaria do Complexo Petroqu\u00edmico do Rio de Janeiro (Comperj) foi suspensa, sem data definida para seu rein\u00edcio; apenas a conclus\u00e3o da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, foi contemplada no PNG 2015-2019. O impacto desses cortes na capacidade futura de refino da Petrobras \u00e9 de 765 mil barris por dia (bbl\/d)3,4<\/sup>. Sendo assim, o d\u00e9ficit da produ\u00e7\u00e3o brasileira de derivados de petr\u00f3leo, que foi de 299 mil bbl\/dem 20145<\/sup>, dever\u00e1 crescer para mais de 500 mil bbl\/d na d\u00e9cada de 20206<\/sup>, o que, a pre\u00e7os atuais, representaria importa\u00e7\u00f5es acima de US$ 13 bilh\u00f5es por ano.<\/p>\n

Figura 1 \u2013 Compara\u00e7\u00e3o entre os investimentos programados nos PNGs 2014-2018 e 2015-2019, por grandes \u00e1reas de neg\u00f3cios: Explora\u00e7\u00e3o & Produ\u00e7\u00e3o e Internacional; Abastecimento e Distribui\u00e7\u00e3o; G\u00e1s & Energia; e demais \u00e1reas, que incluem Biocombust\u00edveis e Engenharia.<\/em><\/p>\n

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Nas \u00e1reas de Explora\u00e7\u00e3o & Produ\u00e7\u00e3o7<\/sup> e Internacional8<\/sup>, o corte nos investimentos foi de 34%, proporcionalmente menor que nas \u00e1reas de Abastecimento e de Distribui\u00e7\u00e3o, mas o impacto sobre a produ\u00e7\u00e3o projetada de petr\u00f3leo e g\u00e1s natural foi substancial. De 5,3 milh\u00f5es de barris de \u00f3leo equivalente por dia (boe\/d)9<\/sup>, a meta de produ\u00e7\u00e3o de 2020 foi reduzida em 30%, para 3,7 milh\u00f5es de boe\/d, dos quais 2,8 milh\u00f5es de bbl\/d de petr\u00f3leo e o restante de g\u00e1s natural. A queda da produ\u00e7\u00e3o projetada atinge 1,6 milh\u00e3o boe\/d, uma vez e meia a produ\u00e7\u00e3o que se espera obter no campo de Libra10<\/sup>, ou mais da metade da produ\u00e7\u00e3o atual do Brasil11<\/sup>.<\/p>\n

A compara\u00e7\u00e3o entre as curvas de produ\u00e7\u00e3o projetadas nos PNGs 2014-2018 e 2015-2019 \u00e9 apresentada na Figura 2.<\/p>\n

Figura 2 \u2013 Compara\u00e7\u00e3o entre as curvas de produ\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo e g\u00e1s natural projetadas at\u00e9 2020 nos PNGs 2014-2018 e 2015-2019.<\/em><\/p>\n

\"img_2598_2\"<\/a><\/p>\n

Apenas no per\u00edodo 2015-2020,essa revis\u00e3o na curva de crescimento da produ\u00e7\u00e3o implicar\u00e1 deixar de produzir o total de 1,8 bilh\u00e3o de boe, quase o dobro da produ\u00e7\u00e3o brasileira de petr\u00f3leo e g\u00e1s natural em 201412<\/sup>. Mantida a cota\u00e7\u00e3o atual do petr\u00f3leo, de US$ 50\/bbl,a nova curva de produ\u00e7\u00e3o at\u00e9 2020 provocar\u00e1 perda de faturamento de US$ 90 bilh\u00f5es para a Petrobras.<\/p>\n

Tal perda se distribuir\u00e1 entre a Petrobras, que ter\u00e1 sua capacidade de gerar receita reduzida; os acionistas, que receber\u00e3o menos dividendos; e a Uni\u00e3o, estados e munic\u00edpios, que recolher\u00e3o menos tributos e receber\u00e3o menor montante de participa\u00e7\u00f5es governamentais13<\/sup>.<\/p>\n

Como, em decorr\u00eancia da Lei n\u00ba 12.858, de 9 de setembro de 2013, a maior parcela das participa\u00e7\u00f5es governamentais na renda petrol\u00edfera \u00e9 destinada \u00e0s \u00e1reas de educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade, no fim, ser\u00e3o os brasileiros de renda mais baixa os mais prejudicados, por dependerem exclusivamente do Estado para a presta\u00e7\u00e3o desses servi\u00e7os.<\/p>\n

Avalia\u00e7\u00e3o do PNG 2010-2014<\/strong><\/p>\n

Embora o corte de produ\u00e7\u00e3o inclu\u00eddo no PNG 2015-2019, de 30%, seja muito significativo,ainda assim, n\u00e3o \u00e9 garantido que a Petrobras ser\u00e1 capaz de atingir as novas metas estabelecidas. Afinal, a companhia tem tradi\u00e7\u00e3o de n\u00e3o cumprir suas metas de produ\u00e7\u00e3o, e o ambiente econ\u00f4mico que a Petrobras enfrentar\u00e1 nos pr\u00f3ximos anos ser\u00e1 um dos mais desfavor\u00e1veis das \u00faltimas d\u00e9cadas.<\/p>\n

Um indicativo da exequibilidade das metas de produ\u00e7\u00e3o do PNG 2015-2019 pode ser depreendido da an\u00e1lise dos resultados alcan\u00e7ados pelo PNG 2010-2014. Esse \u00faltimo previa investimentos totais de US$ 224 bilh\u00f5es, dos quais US$ 118,8 bilh\u00f5es, ou US$ 23,76 bilh\u00f5es por ano, seriam destinados \u00e0 \u00e1rea de Explora\u00e7\u00e3o & Produ\u00e7\u00e3o14<\/sup>. Como resultado dos investimentos, a Petrobras estimava que sua produ\u00e7\u00e3o de hidrocarbonetos saltaria de 2,5 milh\u00f5es de boe\/d, alcan\u00e7ados em 2009, para 3,9 milh\u00f5es de boe\/d em 201415<\/sup>.<\/p>\n

O PNG 2010-2014 atingiu a meta de desembolso financeiro, mas ficou longe da meta de produ\u00e7\u00e3o. Ou seja, os investimentos foram muito menos eficientes do que se previa. Na Figura 3, \u00e9 comparado o investimento em Explora\u00e7\u00e3o & Produ\u00e7\u00e3o planejado com o realizado entre 2010 e 2014. Nesse per\u00edodo16<\/sup>, os investimentos da Petrobras na \u00e1rea de Explora\u00e7\u00e3o& Produ\u00e7\u00e3o totalizaram US$ 123,2 bilh\u00f5es, ou seja, alcan\u00e7aram 104% do planejado pela companhia.<\/p>\n

Figura 3 \u2013 Compara\u00e7\u00e3o do investimento em Explora\u00e7\u00e3o & Produ\u00e7\u00e3o planejado com o realizado entre 2010 e 2014, assumindo-se distribui\u00e7\u00e3o anual uniforme dos investimentos planejados.<\/em><\/p>\n

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Contudo, o aumento esperado da produ\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo e g\u00e1s natural n\u00e3o se verificou, como mostra a Figura 4. Em 2014, a produ\u00e7\u00e3o real foi de 2,7 milh\u00f5es de boe\/d, enquanto o planejado era de 3,9 milh\u00f5es de boe\/d. Entre 2009 e 2014, em vez do crescimento robusto de 1,4 milh\u00e3o de boe\/d,houve a quase estagna\u00e7\u00e3o, e apenas 143 mil boe\/d foram adicionados \u00e0 produ\u00e7\u00e3o, configurando a realiza\u00e7\u00e3o de parcos 10,4% da meta f\u00edsica.<\/p>\n

Figura 4 – Compara\u00e7\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o, planejada e realizada, entre 2010 e 2014.<\/em><\/p>\n

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\u00c9 absolutamente surpreendente e deveras intrigante tamanha discrep\u00e2ncia entre a realiza\u00e7\u00e3o financeira e o cumprimento das metas f\u00edsicas. Embora seja bem sabido que os investimentos em Explora\u00e7\u00e3o & Produ\u00e7\u00e3o demoram cerca de dez anos para resultar em produ\u00e7\u00e3o \u2013 e, portanto, nem todos os investimentos realizados foram direcionados para projetos que come\u00e7ariam a produzir no per\u00edodo considerado \u2013 a Petrobras, ao realizar seu planejamento em 2009 e estabelecer as metas de produ\u00e7\u00e3o para 2010-2014, deveria possuir as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias para estimar com bom grau de acerto quais projetos em est\u00e1gio de desenvolvimento mais avan\u00e7ado alcan\u00e7ariam a fase de produ\u00e7\u00e3ono decorrer desse quinqu\u00eanio, em se concretizando os investimentos programados.<\/p>\n

Entretanto, essa expectativa, baseada na l\u00f3gica do que deve ser o planejamento empresarial, n\u00e3o se confirmou, e a consequ\u00eancia foi que a companhia investiu a quantia de US$ 861 mil para cada boe\/d adicionado \u00e0 produ\u00e7\u00e3o. Considerando o lucro l\u00edquido por boe alcan\u00e7ado em 2011, de US$ 29,6817<\/sup>, o maior dos \u00faltimos anos, a capacidade de produ\u00e7\u00e3o adicionada deveria se manter produtiva por mais de 79 anos para a Petrobras recuperar o equivalente ao investimento nominal realizado!<\/p>\n

Contexto econ\u00f4mico do PNG 2010-2014<\/strong><\/p>\n

Diante do precedente negativo do PNG 2010-2014, a quest\u00e3o que se coloca \u00e9 se a Petrobras conseguir\u00e1 cumprir a meta anunciada no PNG 2015-2019 e adicionar\u00e1 \u00e0 produ\u00e7\u00e3o mais 831 mil boe\/d entre 2014 e 2019,com investimentos em Explora\u00e7\u00e3o & Produ\u00e7\u00e3o de US$ 108,6 bilh\u00f5es, soma 12% inferior em termos nominais ao investimento realizado no per\u00edodo 2010-2014.<\/p>\n

E as d\u00favidas quanto ao cumprimento das metas de produ\u00e7\u00e3o da companhia aumentam ainda mais quando se compara o contexto econ\u00f4mico vivido no per\u00edodo 2010-2014 com o contexto que vai se delineando para o per\u00edodo 2015-2019.<\/p>\n

Em 2009, a Petrobras recobrava-se rapidamente dos efeitos da crise global de 2008.A necessidade de realizar pesados investimentos para aproveitamento das reservas do pr\u00e9-sal, descoberto em 2006, levou \u00e0 realiza\u00e7\u00e3o de processo de capitaliza\u00e7\u00e3o em setembro de 2010. Na ocasi\u00e3o, foram vendidos 4,2 bilh\u00f5es de a\u00e7\u00f5es e arrecadados R$ 120,2 bilh\u00f5es (US$ 69,9 bilh\u00f5es)18<\/sup>.Embora R$ 74,8 bilh\u00f5es tenham sido destinados ao pagamento do petr\u00f3leo dos campos da cess\u00e3o onerosa e, por conseguinte, n\u00e3o ficaram dispon\u00edveis para investimentos, a companhia mostrou ser capaz de levantar recursos consider\u00e1veis junto aos acionistas para realizar sua expans\u00e3o.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, as pol\u00edticas econ\u00f4micas adotadas pelos pa\u00edses desenvolvidos, principalmente os Estados Unidos, para superar a crise global de 2008, como juros reais negativos e quantitative easing<\/em>19<\/sup>,inundaram o mercado financeiro internacional com dinheiro \u00e1vido por oportunidades de investimento nos pa\u00edses emergentes. Isso facilitou sobremaneira a capta\u00e7\u00e3o de recursos pela companhia.<\/p>\n

Ap\u00f3s a capitaliza\u00e7\u00e3o, noticiou-se que a Petrobras chegou a ser a quarta maior empresa de capital aberto do mundo em valor de mercado, US$ 216,7 bilh\u00f5es, \u00e0 frente inclusive da Microsoft20<\/sup>. Em 2011, a companhia atingiu seu rating<\/em> m\u00e1ximo junto \u00e0 ag\u00eancia classificadora de riscos Moody\u2019s: A3, quatro degraus acima do grau especulativo21<\/sup>.<\/p>\n

J\u00e1 quanto ao petr\u00f3leo, a sua cota\u00e7\u00e3o no mercado internacional, ao longo de 2009 e 2010, recuperou-se do m\u00ednimo alcan\u00e7ado com a eclos\u00e3o da crise global de 2008. O barril do petr\u00f3leo manteve-se quase sempre na faixa de US$ 100 \/ US$ 120 entre 2011 e o primeiro semestre de 2014, e s\u00f3 ap\u00f3s esse per\u00edodo passaram a prevalecer as condi\u00e7\u00f5es de excesso de oferta que levaram \u00e0 atual depress\u00e3o das cota\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

Tudo parecia contribuir para o sucesso da Petrobras: a descoberta de gigantescas reservas de petr\u00f3leo no pr\u00e9-sal, a farta disponibilidade de recursos, pr\u00f3prios e de terceiros,para realiza\u00e7\u00e3o dos investimentos necess\u00e1rios para aproveit\u00e1-las, e a cota\u00e7\u00e3o elevada do petr\u00f3leo. Todavia,decis\u00f5es pol\u00edticas equivocadas desperdi\u00e7aram a oportunidade que se apresentou e provocaram a crise que engolfa a companhia.<\/p>\n

Curiosamente, o an\u00fancio da capitaliza\u00e7\u00e3o da Petrobras inverteu a tend\u00eancia de subida no valor das a\u00e7\u00f5es da companhia, que, ap\u00f3s a baixa ocorrida em raz\u00e3o da crise global de 2008, recuperou-se ao longo de 2009 at\u00e9 o 1\u00ba trimestre de 2010. A inseguran\u00e7a dos investidores com rela\u00e7\u00e3o \u00e0s regras da capitaliza\u00e7\u00e3o penalizou o valor das a\u00e7\u00f5es, porque ficaram n\u00edtidas as inten\u00e7\u00f5es do Governo de aumentar sua participa\u00e7\u00e3o acion\u00e1ria em detrimento dos acionistas minorit\u00e1rios, bem como a de retomar pol\u00edticas de car\u00e1ter monopolista para o aproveitamento do pr\u00e9-sal, cristalizada na mudan\u00e7a do regime regulat\u00f3rio no final de 2010.<\/p>\n

Adicionalmente, a pol\u00edtica de controle artificial do pre\u00e7o dos combust\u00edveis, com o intuito de diminuir a infla\u00e7\u00e3o, associada \u00e0 cota\u00e7\u00e3o elevada do petr\u00f3leo no mercado internacional, obrigou a Petrobras a vender derivados no mercado brasileiro por pre\u00e7os menores que o de compra no mercado externo. O pre\u00e7o barato dos combust\u00edveis e o aumento de renda da popula\u00e7\u00e3o levaram \u00e0 explos\u00e3o do consumo e, consequentemente, ao agravamento do d\u00e9ficit da companhia na \u00e1rea de Abastecimento, que, entre 2011 e 2014, apresentou preju\u00edzo l\u00edquido acumulado de US$ 41 bilh\u00f5es.Ou seja, 58% dos US$ 69,9 bilh\u00f5es obtidos na capitaliza\u00e7\u00e3o escorreram pelo ralo do preju\u00edzo decorrente do congelamento do pre\u00e7o dos combust\u00edveis.<\/p>\n

Em paralelo, a trajet\u00f3ria do endividamento da companhia se mostrava insustent\u00e1vel, embora a mencionada liquidez excessiva do mercado internacional tenha permitido a manuten\u00e7\u00e3o do fluxo de recursos para a Petrobras. Infelizmente, parcela consider\u00e1vel desses recursos foi enterrada em investimentos com baixa perspectiva de retorno ou foi desviada em pr\u00e1ticas sistem\u00e1ticas de corrup\u00e7\u00e3o. No balan\u00e7o anual de 2014, a Petrobras reduziu o valor recuper\u00e1vel dos ativos (impairment<\/em>) em US$ 16,8 bilh\u00f5es e deu baixa cont\u00e1bil de perdas com corrup\u00e7\u00e3o de US$ 2,5 bilh\u00f5es22<\/sup>.<\/p>\n

O esc\u00e2ndalo de corrup\u00e7\u00e3o, descoberto em 2014 no \u00e2mbito da opera\u00e7\u00e3o Lava-Jato, foi o golpe de miseric\u00f3rdia no valor da Petrobras e de suas a\u00e7\u00f5es, que hoje valem menos que 10% do valor m\u00e1ximo, alcan\u00e7ado em meados de 200823<\/sup>.<\/p>\n

Como se viu, as condi\u00e7\u00f5es de realiza\u00e7\u00e3o do PNG 2010-2014, que come\u00e7aram alvissareiras, foram se deteriorando gradualmente. Em outubro de 2013, a Petrobras desceu um degrau na escala de avalia\u00e7\u00e3o de risco da Moody\u2019s.Masa crise agudizou-se somente no final de 2014 e no in\u00edcio de 2015, nesses poucos meses o rating<\/em> da companhia foi rebaixado pela Moody\u2019s para o grau especulativo. A Tabela 1 retrata em n\u00fameros a deteriora\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica da Petrobras ocorrida nos \u00faltimos anos.<\/p>\n

Tabela 1 \u2013 Situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica da Petrobras nos anos de 2009 a 201424<\/sup>.<\/em><\/p>\n

\"img_2598_5\"<\/a><\/p>\n

Apesar das dificuldades crescentes,o contexto econ\u00f4mico, no geral, foi favor\u00e1vel para a Petrobras para realizar seu plano de investimentos na maior parte do per\u00edodo 2010-2014. Se os resultados n\u00e3o foram os esperados, as causas foram a m\u00e1 sele\u00e7\u00e3o de projetos e os erros de governan\u00e7a na sua execu\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o a falta de recursos.<\/p>\n

Riscos enfrentados pelo PNG 2015-2019<\/strong><\/p>\n

O contexto econ\u00f4mico em que ser\u00e1 desenvolvido o PNG 2015-2019, por\u00e9m, \u00e9 totalmente diverso daquele do PNG 2010-2014. As condi\u00e7\u00f5es em que a Petrobras se encontra hoje s\u00e3o muito mais d\u00e9beis do que em 2010. Al\u00e9m de a companhia estar hoje em pior situa\u00e7\u00e3o financeira que em 2010, conforme mostra a Tabela 1, a cota\u00e7\u00e3o do petr\u00f3leo caiu e o mercado internacional de cr\u00e9dito ser\u00e1 mais seletivo e cobrar\u00e1 juros mais altos25<\/sup>.<\/p>\n

A pr\u00f3pria companhia reconhece que as metas do PNG 2015-2019 podem n\u00e3o ser cumpridas como o planejado e aponta tr\u00eas riscos principais26<\/sup>:<\/p>\n

    \n
      \n
    1. Mudan\u00e7as de condi\u00e7\u00f5es de mercado, como pre\u00e7o do petr\u00f3leo e taxa de c\u00e2mbio;<\/li>\n
    2. Opera\u00e7\u00f5es de desinvestimentos e outras reestrutura\u00e7\u00f5es de neg\u00f3cios, sujeitas a condi\u00e7\u00f5es de mercado vigentes \u00e0 \u00e9poca das transa\u00e7\u00f5es; e<\/li>\n
    3. Alcance das metas de produ\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo e g\u00e1s natural, em um cen\u00e1rio de dificuldades com fornecedores no Brasil.<\/li>\n<\/ol>\n<\/ol>\n

      Desafortunadamente, os riscos temidos pela Petrobras est\u00e3o se tornando realidade e j\u00e1 corroem as bases do PNG 2015-2019, no qual se assumiu que a cota\u00e7\u00e3o do barril do petr\u00f3leo seria US$ 60, em 2015, e US$ 70 entre 2016 e 2019; e a cota\u00e7\u00e3o do d\u00f3lar seria de R$ 3,10, em 2015, e subiria gradualmente at\u00e9 R$ 3,56 em 2020.<\/p>\n

      A proje\u00e7\u00e3o da Petrobras sobre a evolu\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os do petr\u00f3leo n\u00e3o se mostra totalmente desfocada da realidade atual do mercado, mas parece um pouco otimista.<\/p>\n

      O excesso de oferta de petr\u00f3leo no mercado internacional, resultado do forte crescimento da produ\u00e7\u00e3o norte-americana originada da explora\u00e7\u00e3o de fontes n\u00e3o convencionais, frente a uma fraca demanda, provocada pela desacelera\u00e7\u00e3o da economia chinesa, foi deprimindo a cota\u00e7\u00e3o do petr\u00f3leo ao longo do segundo semestre de 2014. No \u00faltimo trimestre desse ano, os membros da OPEP, principalmente a Ar\u00e1bia Saudita, decidiram manter ou elevar a produ\u00e7\u00e3o para n\u00e3o perder fatias de mercado e pressionar os produtores americanos, cujo custo de produ\u00e7\u00e3o \u00e9 mais elevado.<\/p>\n

      Como resultado da superoferta gerada pela queda de bra\u00e7o entre os produtores, o pre\u00e7o do barril de petr\u00f3leo despencou dos mais de US$ 100, em junho de 2014, para US$ 50\/bblem agosto de 2015.Entretanto, o Banco Mundial projeta que a cota\u00e7\u00e3o do petr\u00f3leo poder\u00e1 se recuperar e aproximar-se lentamente dos US$ 70\/bbl at\u00e9 202027<\/sup>.<\/p>\n

      Mas o que n\u00e3o se avista\u00e9 a volta da cota\u00e7\u00e3o do petr\u00f3leo \u00e0 casa dos US$ 100\/bbl, que prevaleceu em 2011-2014.As perspectivas s\u00e3o de que nos pr\u00f3ximos anos a oferta continuar\u00e1 asuperar a demanda, tendo em vistaque, entre outras raz\u00f5es, o Ir\u00e3 brevemente aumentar\u00e1 sua oferta no mercado internacional, ap\u00f3s o acordo para controle de suas atividades nucleares, e a economia da China, maior importadora de petr\u00f3leo do mundo, parece entrar em fase duradoura de menor crescimento.<\/p>\n

      Com a depress\u00e3o da cota\u00e7\u00e3o do petr\u00f3leo, a rentabilidade dos projetos de Explora\u00e7\u00e3o & Produ\u00e7\u00e3o \u00e9 reduzida, e, consequentemente, aumenta a dificuldade para o pagamento da d\u00edvida da Petrobras.At\u00e9 a produ\u00e7\u00e3o no pr\u00e9-sal, que a companhia informa possuir breakeven point<\/em>28<\/sup> de US$ 54\/boe29<\/sup>, pode tornar-se desvantajosa.<\/p>\n

      O c\u00e2mbio, contudo, parece ser um problema mais grave para a Petrobras. Empurrado pela crise pol\u00edtica e econ\u00f4mica, o d\u00f3lar atinge R$ 3,80 e pode chegar a R$ 4,50 se o Brasil perder o grau de investimento30<\/sup>. Como mais de 80% da d\u00edvida da empresa est\u00e1 denominada em d\u00f3lar, a valoriza\u00e7\u00e3o da moeda americana tem sido um fardo pesado para a companhia. Calcula-se que para cada R$ 0,10 que o d\u00f3lar se valoriza, a d\u00edvida da Petrobras cresce R$ 10 bilh\u00f5es31<\/sup>.<\/p>\n

      Com rela\u00e7\u00e3o ao cr\u00e9dito, aPetrobras tamb\u00e9m n\u00e3o ter\u00e1 a mesma facilidade de anos recentes para captar recursos no mercado externo, principalmente se o banco central americano aumentar os juros, e o Brasil e a companhia perderem o grau de investimento32<\/sup>, acontecimentos que a cada dia parecem estar mais pr\u00f3ximos.<\/p>\n

      A capta\u00e7\u00e3o de novos recursos e\/ou a rolagem da d\u00edvida atual \u00e9 fundamental para a concretiza\u00e7\u00e3o dos investimentos de US$ 130,3 bilh\u00f5es,previstos no PNG 2015-2019. Nesse per\u00edodo, vencer\u00e3o d\u00edvidas no valor de US$ 73,15 bilh\u00f5es33<\/sup>, que somadas aos investimentos programados resultar\u00e3o em necessidade de capital de US$ 203,45 bilh\u00f5es ou US$ 40,7 bilh\u00f5es por ano, quantia 63% maior que o EBITDA de 2014.<\/p>\n

      Alerta para as dificuldades de implementa\u00e7\u00e3o de tal esfor\u00e7o financeiro, a Petrobras inseriu no PNG 2015-2019 a meta de venda de ativos de US$ 15,1 bilh\u00f5es, em 2015-2016, e US$ 42,6 bilh\u00f5es em 2017-2018, totalizando US$ 57,7 bilh\u00f5es no quadri\u00eanio.<\/p>\n

      Os n\u00fameros apresentados nos par\u00e1grafos anteriores mostram o quanto essa venda de ativos \u00e9 importante para o sucesso do PNG 2015-2019. Entretanto, diante das baixas cota\u00e7\u00f5es do petr\u00f3leo e da crise que abate a economia brasileira, \u00e9 pouco prov\u00e1vel que se amealhe o valor esperado34<\/sup>, a n\u00e3o ser que os ativos colocados \u00e0 venda sejam realmente excepcionais, como os grandes campos do pr\u00e9-sal35<\/sup> ou o controle da BR Distribuidora36<\/sup>.<\/p>\n

      Por fim, o cen\u00e1rio dos fornecedores da Petrobras n\u00e3o \u00e9 nada animador. As maiores empreiteiras brasileiras est\u00e3o sendo investigadas por corrup\u00e7\u00e3o em contratos com a petroleira na opera\u00e7\u00e3o Lava-Jato, e sofrem bloqueio cautelar de seus contratos por parte da petroleira37<\/sup>. Algumas delas,como a OAS e a Galv\u00e3o Engenharia, tiveram que pedir recupera\u00e7\u00e3o judicial38<\/sup>.<\/p>\n

      O arranjo industrial do parque fornecedor de sondas de perfura\u00e7\u00e3o\u00a0offshore<\/em>, constitu\u00eddo em torno da Sete Brasil, que deveria ser respons\u00e1vel pelo fornecimento de vinte e oito unidades, se desarticulou quando a empresa foi citada na opera\u00e7\u00e3o Lava-Jato39<\/sup>. E s\u00f3 recentemente, a duras penas, a Petrobras e os s\u00f3cios controladores da Sete Brasil chegaram a um acordo, no qual o n\u00famero de sondas foi reduzido para dezenove40<\/sup>.No decorrer desse processo, estaleiros41<\/sup>, fornecedores de equipamentos42,43<\/sup> e prestadores de servi\u00e7o foram atingidos \u2013 seja pela retra\u00e7\u00e3o das fontes de financiamento44<\/sup>, devido aos temores dos desdobramentos da opera\u00e7\u00e3o Lava-Jato, seja pelo atraso de pagamento, cancelamento e\/ou redu\u00e7\u00e3o de encomendas45,46<\/sup> \u2013, e buscam alternativas \u00e0 redu\u00e7\u00e3o de investimentos da Petrobras47<\/sup>.<\/p>\n

      As op\u00e7\u00f5es incluem a consolida\u00e7\u00e3o do setor naval brasileiro48<\/sup>, o que demandar\u00e1 tempo e dever\u00e1 provocar atrasos nas entregas de navios, plataformas e sondas de perfura\u00e7\u00e3o para a Petrobras. Al\u00e9m disso, o cumprimento dos compromissos de conte\u00fado local, que j\u00e1 \u00e9 bastante desafiador, pode tornar-se ainda mais dif\u00edcil49<\/sup>.<\/p>\n

      Conclus\u00e3o<\/strong><\/p>\n

      O PNG 2015-2019, ao propor cortes profundos nos investimentos anteriormente programados no PNG 2014-2018, causou a impress\u00e3o de que a nova dire\u00e7\u00e3o da Petrobras arquitetava seu planejamento com os p\u00e9s solidamente apoiados no ch\u00e3o. Por\u00e9m, no curto per\u00edodo decorrido desde seu an\u00fancio no final de junho, diante dos desdobramentos das crises que assolam a companhia e o Brasil, a impress\u00e3o que se tem \u00e9 que o PNG 2015-2019 \u00e9 mais um apanhado de desejos otimistas, como foram seus antecessores, que um plano realmente poss\u00edvel de ser concretizado.<\/p>\n

      Particularmente, as metas de aumento da produ\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo e de g\u00e1s natural do PNG 2015-2019 mostram-se cada vez menos exequ\u00edveis, n\u00e3o pela falta de reservas, pois a Petrobras as tem em quantidade acima de sua capacidade de aproveit\u00e1-las, mas pela falta de recursos para realizar os investimentos necess\u00e1rios.<\/p>\n

      Diante desse quadro, \u00e9 imperativo que o regime de explora\u00e7\u00e3o e produ\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo no Brasil seja revisto, com o intuito de torn\u00e1-lo mais atrativo \u00e0s empresas privadas, nacionais e estrangeiras, para que elas fa\u00e7am os investimentos que a Petrobras n\u00e3o poder\u00e1 fazer por muitos anos.<\/p>\n

      __________________
      \n1<\/sup>Dispon\u00edvel em:<
      http:\/\/www.investidorpetrobras.com.br\/download\/3013<\/a>>. Acesso em 2 set. 2015.<\/p>\n

      2<\/sup>Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.investidorpetrobras.com.br\/download\/522<\/a>>. Acesso em 2 set. 2015.<\/p>\n

      3<\/sup>Comperj: 165 mil bbl\/d. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.petrobras.com.br\/pt\/nossas-atividades\/principais-operacoes\/refinarias\/complexo-petroquimico-do-rio-de-janeiro.htm<\/a>>. Acesso em: 2 set. 2015.<\/p>\n

      4<\/sup>Premium I: 300 mil bbl\/d; Premium II: 300 mil bbl\/d. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.petrobras.com.br\/fatos-e-dados\/nordeste-respondera-por-83-da-nova-capacidade-de-refino.htm<\/a>>. Acesso em: 2 set. 2015.<\/p>\n

      5<\/sup>C\u00e1lculo do autor a partir das Tabelas 2.52 e 2.54 do Anu\u00e1rio Estat\u00edstico Brasileiro do Petr\u00f3leo, G\u00e1s Natural e Biocombust\u00edveis 2015, publicado pela Ag\u00eancia Nacional do Petr\u00f3leo, G\u00e1s Natural e Biocombust\u00edveis (ANP). Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.anp.gov.br\/?pg=76798<\/a>>. Acesso em 2 set. 2015.<\/p>\n

      6<\/sup>A capacidade instalada de refino da Petrobras, chamada de carga de refer\u00eancia, \u00e9 de 2,176 milh\u00f5es de bbl\/d. Se forem acrescentados mais 115 mil bbl\/d, referentes ao 2\u00ba trem da Rnest, a capacidade de refino da Petrobras sobe para cerca 2,3 milh\u00f5es de bbl\/d. Como no PNG 2015-2019, a Petrobras estima que o consumo de derivados de petr\u00f3leo no Brasil ser\u00e1 de 2,85 milh\u00f5es de bbl\/d em 2020, o d\u00e9ficit na produ\u00e7\u00e3o de derivados dever\u00e1 superar 500 mil bbl\/dnesse ano.<\/p>\n

      7<\/sup>\u00c1rea respons\u00e1vel pela descoberta e desenvolvimento de campos petrol\u00edferos bem como pela produ\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo e g\u00e1s natural no Brasil.<\/p>\n

      8<\/sup>Na \u00e1rea Internacional, a quase totalidade dos investimentos concentra-se nas atividades de explora\u00e7\u00e3o e produ\u00e7\u00e3o dos campos petrol\u00edferos que a Petrobras possui no exterior.<\/p>\n

      9<\/sup>Essa unidade \u00e9 utilizada para agregar a produ\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo e g\u00e1s natural. \u00c9 feita a equival\u00eancia energ\u00e9tica entre o petr\u00f3leo e o g\u00e1s natural segundo a seguinte rela\u00e7\u00e3o: 1.000 m3<\/sup> de g\u00e1s natural correspondem a 6,29 barris de petr\u00f3leo. Alertamos que n\u00e3o se trata de uma equival\u00eancia econ\u00f4mica, pois a unidade de energia contida no petr\u00f3leo alcan\u00e7a pre\u00e7o de mercado superior \u00e0 unidade de energia contida no g\u00e1s natural. De acordo com o balan\u00e7o da Petrobras do segundo trimestre de 2015, essa diferen\u00e7a, para o mercado brasileiro, foi de US$ 7,73 por boe no primeiro semestre de 2015.\u00a0 Esse aspecto ser\u00e1 desconsiderado neste trabalho, porque n\u00e3o afetar\u00e1 significativamente as conclus\u00f5es, j\u00e1 que a produ\u00e7\u00e3o de g\u00e1s natural representa menos de 20% da produ\u00e7\u00e3o total de hidrocarbonetos da Petrobras. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.investidorpetrobras.com.br\/download\/3220<\/a>>. Acesso em 2 set. 2015.<\/p>\n

      10<\/sup>Segundo a Diretora-geral da ANP, o pico da produ\u00e7\u00e3o do campo de Libra poder\u00e1 atingir 1 milh\u00e3o de bbl\/d. Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.valor.com.br\/brasil\/3196432\/campo-do-pre-sal-tera-primeiro-oleo-apos-5<\/a>>.\u00a0 Acesso em 5 set. 2015.<\/p>\n

      11<\/sup>Em julho de 2015, foram produzidos 3,07 milh\u00f5es de boe\/d no Brasil. Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.anp.gov.br\/?dw=77430<\/a>>. Acesso em 5 set. 2015.<\/p>\n

      12<\/sup>Em 2014, o Brasil produziu 822,9 milh\u00f5es bbl de petr\u00f3leo e 31,9 bilh\u00f5es de m3<\/sup> de g\u00e1s natural, o que perfaz 1,02 bilh\u00f5es de boe. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.anp.gov.br\/?dw=76545<\/a>>. Acesso em 4 set. 2015.<\/p>\n

      13<\/sup>Royalties e participa\u00e7\u00e3o especial, no regime de concess\u00e3o; e royalties e excedente em \u00f3leo no regime de partilha.<\/p>\n

      14<\/sup>Dispon\u00edvel em<http:\/\/www.investidorpetrobras.com.br\/download\/1391<\/a>>. Acesso em 2 set. 2015.<\/p>\n

      15<\/sup>Note-se que esse total \u00e9 superior \u00e0 produ\u00e7\u00e3o projetada para 2020 no PNG 2015-2019, de 3,7 milh\u00f5es de boe\/d.<\/p>\n

      16<\/sup>Os dados para o per\u00edodo 201-2014 foram obtidos nas publica\u00e7\u00f5es de Resultados Financeiros disponibilizados pela Petrobras. Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.investidorpetrobras.com.br\/pt\/resultados-financeiros#topo<\/a>>.\u00a0 Acesso em 2 set. 2015.<\/p>\n

      17<\/sup>Dispon\u00edvel em<www.investidorpetrobras.com.br\/download\/2972<\/a>>. Acesso em 7 set. 2015.<\/p>\n

      18<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.investidorpetrobras.com.br\/download\/1218<\/a>>. Acesso em 2 set. 2015.<\/p>\n

      19<\/sup>Trata-se de uma pol\u00edtica monet\u00e1ria para estimular a economia e combater a defla\u00e7\u00e3o, na qual o banco central compra t\u00edtulos soberanos e outros pap\u00e9is no mercado financeiro com intuito de aumentar a liquidez.<\/p>\n

      20<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/economia.uol.com.br\/ultimas-noticias\/redacao\/2010\/09\/24\/petrobras-deve-ficar-entre-as-cinco-maiores-empresas-do-mundo.jhtm<\/a>>. Acesso em 3 set. de 2015.<\/p>\n

      21<\/sup>Para maiores informa\u00e7\u00f5es sobre o rating<\/em> da Petrobras, ver: <http:\/\/www.brasil-economia-governo.org.br\/2015\/03\/03\/por-que-a-moodys-rebaixou-a-nota-de-credito-da-petrobras\/<\/a>>.<\/p>\n

      22<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.investidorpetrobras.com.br\/download\/2914<\/a>>. Acesso em 5 set. 2015.<\/p>\n

      23<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/charting.nasdaq.com\/ext\/charts.dll?2-1-14-0-0-5120-03NA000000PBR-&SF:1|5-BG=FFFFFF-BT=0-WD=635-HT=395–XTBL-<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

      24<\/sup>Resultados financeiros da Petrobras. Dispon\u00edveis em <http:\/\/www.investidorpetrobras.com.br\/pt\/resultados-financeiros#topo<\/a>>. Acesso em 5 set. 2015.<\/p>\n

      25<\/sup>Analistas calcularam que, entre outubro e dezembro de 2014, que o custo de capta\u00e7\u00e3o para a Petrobras subiu 60%. Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.valor.com.br\/financas\/3826354\/custo-de-captacao-da-petrobras-sobe-60<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

      26<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.investidorpetrobras.com.br\/download\/3013<\/a>>. Acesso em 3 set. 2015.<\/p>\n

      27<\/sup>Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.worldbank.org\/content\/dam\/Worldbank\/GEP\/GEPcommodities\/Price_Forecast_20150722.pdf<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

      28<\/sup>Ponto no qual n\u00e3o h\u00e1 preju\u00edzo nem lucro. A partir do breakevenpoint<\/em>, a empresa passa a ter lucro.<\/p>\n

      29<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/pt.slideshare.net\/fullscreen\/petrobrasri\/visao-geral-da-petrobras\/12<\/a>>. Acesso em 7 set. 2015.<\/p>\n

      30<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.financista.com.br\/noticias\/brasil-esta-proximo-de-viver-um-grande-estresse-economico<\/a>>. Acesso em 5 set. 2015.<\/p>\n

      31<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www1.folha.uol.com.br\/mercado\/2015\/09\/1678204-alta-do-dolar-faz-divida-da-petrobras-aumentar-em-r-748-bilhoes.shtml<\/a>>. Acesso em 5 set. 2015.<\/p>\n

      32<\/sup>A Petrobras ainda mant\u00e9m o grau de investimento segundo a avalia\u00e7\u00e3o das ag\u00eancias de risco Fitch e Standard and Poor\u2019s.<\/p>\n

      33<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.investidorpetrobras.com.br\/download\/3220<\/a>>.\u00a0 Acesso em 5 set. 2015.<\/p>\n

      34<\/sup>A Petrobras n\u00e3o \u00e9 a \u00fanica petroleira que busca vender ativos para refor\u00e7ar seu caixa. Estudo recente indica que as petroleiras colocaram a venda ativos avaliados em mais de US$ 110 bilh\u00f5es. Essa oferta internacional de campos de petr\u00f3leo coloca dificuldade adicional no plano de desinvestimentos da Petrobras. Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.reuters.com\/article\/2015\/01\/30\/us-oil-m-a-idUSKBN0L31MN20150130<\/a>>. Acesso em 5 set. 2015.<\/p>\n

      35<\/sup>Na hip\u00f3tese de a Petrobras decidir vender uma parcela de sua participa\u00e7\u00e3o de 40% no campo de Libra, essa parcela n\u00e3o poderia ser superior a 10%, para manter a participa\u00e7\u00e3o m\u00ednima de 30%, prevista na Lei n\u00ba 12.351, de 2010.<\/p>\n

      36<\/sup> A venda da BR Distribuidora, independentemente da forma, dever\u00e1 aguardar a melhora do mercado para conseguir maiores ofertas. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.valor.com.br\/empresas\/4199730\/cenario-ruim-e-divergencias-internas-adiam-oferta-da-br<\/a>>. Acesso em 5 set. 2015.<\/p>\n

      37<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.valor.com.br\/empresas\/3975960\/menor-preco-do-petroleo-e-lava-jato-podem-impactar-pre-sal-diz-ppsa<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

      38<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.valor.com.br\/brasil\/3990160\/sobem-pedidos-de-recuperacao-judicial-de-grandes-empresas<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

      39<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www1.folha.uol.com.br\/poder\/2015\/07\/1657828-em-carta-ex-presidente-da-sete-brasil-admite-ter-recebido-propina.shtml<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

      40<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www1.folha.uol.com.br\/poder\/2015\/07\/1657828-em-carta-ex-presidente-da-sete-brasil-admite-ter-recebido-propina.shtml<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

      41<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.valor.com.br\/empresas\/4057418\/construcao-de-plataformas-em-xeque-no-rs<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

      42<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.valor.com.br\/empresas\/4114214\/polo-do-vale-do-aco-vive-sua-maior-crise<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

      43<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.valor.com.br\/empresas\/4007506\/fornecedores-de-petrobras-tem-contratos-ameacados<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

      44<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.valor.com.br\/empresas\/4122070\/crise-no-eisa-petro-um-opoe-estaleiros-e-bancos-estatais<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

      45<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.valor.com.br\/empresas\/4038798\/socios-aportam-capital-para-dar-folego-ao-estaleiro-atlantico-sul<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

      46<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.valor.com.br\/empresas\/4026650\/estaleiros-demitem-10-mil-desde-dezembro-e-crise-pode-se-agravar<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

      47<\/sup>Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.valor.com.br\/empresas\/4107866\/fornecedor-busca-eficiencia-para-enfrentar-crise-no-setor-petrolifero<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

      48<\/sup> Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.valor.com.br\/empresas\/4166886\/arrendamento-de-estaleiro-japoneses-vira-alternativa<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

      49<\/sup> Dispon\u00edvel em <http:\/\/www.valor.com.br\/empresas\/4028724\/repsol-sinopec-se-prepara-para-desenvolver-projeto-gigante-de-gas<\/a>>. Acesso em 6 set. 2015.<\/p>\n

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