{"id":2357,"date":"2014-12-15T09:42:18","date_gmt":"2014-12-15T12:42:18","guid":{"rendered":"http:\/\/www.brasil-economia-governo.org.br\/?p=2357"},"modified":"2014-12-15T09:42:18","modified_gmt":"2014-12-15T12:42:18","slug":"produtividade-no-brasil-desempenho-e-determinantes","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/?p=2357","title":{"rendered":"Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes"},"content":{"rendered":"

No per\u00edodo entre o in\u00edcio da d\u00e9cada de 2000 e a eclos\u00e3o da crise financeira internacional, em 2008, o Brasil passou por um ciclo de crescimento econ\u00f4mico e inclus\u00e3o social. Mesmo no per\u00edodo posterior a 2008, no qual, com exce\u00e7\u00e3o de 2010, as taxas de crescimento do produto interno bruto (PIB) foram inferiores \u00e0s do per\u00edodo anterior, n\u00e3o se observaram retrocessos nos ganhos obtidos em termos de renda per capita<\/em> e de redu\u00e7\u00e3o da desigualdade social.<\/p>\n

Os fatores que concorreram para esse ciclo de crescimento econ\u00f4mico e inclus\u00e3o social envolviam as pol\u00edticas sociais de redistribui\u00e7\u00e3o de renda e de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo, a expans\u00e3o do cr\u00e9dito, a incorpora\u00e7\u00e3o de um grande contingente de popula\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho e de consumo e um cen\u00e1rio externo de crescimento acelerado que impulsionou a valoriza\u00e7\u00e3o de commodities<\/em> exportadas pelo Brasil. O ciclo esteve, portanto, fortemente associado ao crescimento das taxas de ocupa\u00e7\u00e3o e de participa\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o parece ter sido acompanhado, na mesma propor\u00e7\u00e3o, pelo crescimento dos indicadores de produtividade.<\/p>\n

Quando se considera, ao lado dessa breve an\u00e1lise, que os indicadores do mercado de trabalho revelam que o pa\u00eds praticamente alcan\u00e7ou o pleno emprego e que, por raz\u00f5es demogr\u00e1ficas, a taxa de participa\u00e7\u00e3o tende a declinar no longo prazo, verifica-se que a sustentabilidade do ciclo de crescimento que marcou a economia brasileira ao longo da d\u00e9cada de 2000 requer, a partir de agora, a eleva\u00e7\u00e3o de seus n\u00edveis de produtividade.<\/p>\n

Um conceito, v\u00e1rias medidas<\/strong><\/p>\n

Os estudos que analisam a evolu\u00e7\u00e3o dos indicadores de produtividade no pa\u00eds podem ser segmentados em dois grupos principais. No primeiro deles, os autores calculam a Produtividade Total dos Fatores (PTF) e decomp\u00f5em as taxas de crescimento do produto nas taxas de crescimento do capital, do trabalho e da pr\u00f3pria PTF para interpretar os movimentos observados na economia brasileira. Em virtude de um conjunto de dificuldades metodol\u00f3gicas \u2013 como a aus\u00eancia de s\u00e9ries consolidadas para o estoque setorial de capital \u2013, essas an\u00e1lises em geral t\u00eam um car\u00e1ter mais agregado. O segundo grupo \u00e9 formado pelos estudos em que se usam indicadores de produtividade parciais e, em particular, a produtividade do trabalho, que n\u00e3o possuem algumas das dificuldades metodol\u00f3gicas dos indicadores de PTF, embora tenham limita\u00e7\u00f5es importantes.<\/p>\n

A produtividade do trabalho \u00e9 a medida mais simples e direta para chegar a algum indicador sobre a efici\u00eancia da economia, de seus setores ou agentes econ\u00f4micos. Ela consiste na utiliza\u00e7\u00e3o de alguma medida de produto em rela\u00e7\u00e3o a alguma medida de m\u00e3o de obra empregada na produ\u00e7\u00e3o. A primeira e mais evidente limita\u00e7\u00e3o desse indicador \u00e9 que se trata de uma medida parcial de produtividade que leva em conta apenas um dos fatores empregados na produ\u00e7\u00e3o \u2013 o trabalho \u2013 e ignora tanto a intensidade quanto a qualidade do capital utilizado, assim como a qualidade do trabalho (ou o capital humano). Por essa raz\u00e3o, boa parte das diferen\u00e7as observadas na produtividade do trabalho entre setores, empresas ou mesmo no tempo, decorrem das diferentes intensidades de utiliza\u00e7\u00e3o de capital. Ainda assim, a evolu\u00e7\u00e3o da produtividade do trabalho pode amparar an\u00e1lises sobre o crescimento econ\u00f4mico, conforme se argumenta a seguir.<\/p>\n

Crescimento da produtividade do trabalho e o crescimento do PIB<\/strong><\/p>\n

A associa\u00e7\u00e3o entre o crescimento da produtividade do trabalho e o crescimento do PIB pode ser explicitada de diversas maneiras. Uma maneira simples de tornar clara essa rela\u00e7\u00e3o \u00e9 usar a identidade alg\u00e9brica PIB = (PIB : PO) x PO, em que \u00a0PO<\/em>\u00a0 \u00e9 o pessoal ocupado. A manipula\u00e7\u00e3o alg\u00e9brica desta identidade permite concluir que a taxa de crescimento do PIB corresponde \u00e0 soma das taxas de crescimento da produtividade do trabalho e da taxa de crescimento do pessoal ocupado:<\/p>\n

\"img_2357_1\"<\/p>\n

Na equa\u00e7\u00e3o (1), a barra superior indica a taxa de crescimento da vari\u00e1vel correspondente.1<\/sup><\/p>\n

A decomposi\u00e7\u00e3o indicada na equa\u00e7\u00e3o (1) pode ser usada para interpretar o crescimento do PIB no Brasil ao longo da primeira d\u00e9cada dos anos 2000. Entre 2000 e 2009, por exemplo, a taxa m\u00e9dia anual de crescimento do PIB alcan\u00e7ou 3,42%. Apenas um ter\u00e7o deste crescimento pode ser atribu\u00eddo ao crescimento da produtividade do trabalho. Os dois ter\u00e7os restantes advieram do crescimento do pessoal ocupado, ou seja, do aumento da taxa de ocupa\u00e7\u00e3o e, em menor medida, da taxa de participa\u00e7\u00e3o. O fato de a popula\u00e7\u00e3o ocupada ter crescido a um ritmo maior que o da popula\u00e7\u00e3o total explica por que o PIB per capita<\/em> descola-se da produtividade do trabalho quando suas trajet\u00f3rias s\u00e3o mostradas graficamente (gr\u00e1fico 1). Obviamente, esse deslocamento s\u00f3 se sustenta durante um per\u00edodo curto de tempo.<\/p>\n

Gr\u00e1fico 1: PIB per capita e produtividade do trabalho \u2013 Brasil (1992-2011)<\/strong><\/p>\n

\"img_2357_2\"<\/a><\/p>\n

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Nota: para a constru\u00e7\u00e3o do gr\u00e1fico, no qual o ano de 1992 \u00e9 usado como refer\u00eancia, empregaram-se as s\u00e9ries de PIB e popula\u00e7\u00e3o dispon\u00edveis no Ipeadata e as s\u00e9ries de PO e PEA do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE) processadas pela Diretoria de Estudos e Pol\u00edticas Sociais (Disoc) do Ipea, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD), para torn\u00e1-las compat\u00edveis com as defini\u00e7\u00f5es que o instituto adota atualmente.\u00a0Fonte: Cavalcante e De Negri (2014).<\/em><\/p>\n

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\u00c9 f\u00e1cil observar que, ao longo da d\u00e9cada de 1990, o PIB per capita<\/em> e a produtividade do trabalho cresceram pari passu<\/em>. Contudo, a partir do in\u00edcio da d\u00e9cada de 2000, houve um crescente descolamento entre essas duas vari\u00e1veis. A diferen\u00e7a fundamental entre os dois per\u00edodos diz respeito aos fatores que mais explicam o crescimento do PIB per capita<\/em>. Enquanto mais de 90% do crescimento no per\u00edodo 1992-2001 se deveu \u00e0 produtividade do trabalho, no per\u00edodo 2001-2009 apenas pouco mais da metade do crescimento do PIB per capita<\/em> foi explicado pelos ganhos de produtividade, e o restante foi devido ao aumento das taxas relacionadas ao mercado de trabalho e a vari\u00e1veis demogr\u00e1ficas. Assim, as taxas m\u00e9dias de crescimento da produtividade nos per\u00edodos 1992-2001 e 2001-2009 s\u00e3o muito semelhantes, mas, no segundo per\u00edodo, a contribui\u00e7\u00e3o das vari\u00e1veis relacionadas ao mercado de trabalho e as vari\u00e1veis demogr\u00e1ficas (que, na d\u00e9cada anterior, havia se limitado a menos de 7%) \u00e9 superior e explica o crescimento mais acelerado do PIB per capita<\/em>. Desse modo, foram a incorpora\u00e7\u00e3o de um grande contingente populacional ao mercado de trabalho e a redu\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis de desemprego que explicaram uma parcela significativa do crescimento do PIB per capita<\/em> no per\u00edodo entre 2001 e 2009.<\/p>\n

A trajet\u00f3ria da produtividade<\/strong><\/p>\n

Um dos primeiros resultados evidenciados no livro \u201cProdutividade no Brasil: desempenho e determinantes\u201d \u00e9 que, independentemente da forma como se me\u00e7a, de qual indicador ou n\u00edvel de agrega\u00e7\u00e3o se utilize ou ainda, a qual pa\u00eds se compare, a produtividade brasileira teve um desempenho muito fraco nas \u00faltimas d\u00e9cadas. Desde o final da d\u00e9cada de 1970, a produtividade n\u00e3o cresce de forma substantiva e sustentada. O sinal geral de todos os indicadores \u2013 PTF ou produtividade do trabalho \u2013 aponta nessa dire\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Ellery Jr (2014) calcula a PTF no per\u00edodo entre 1970 e 2011 a partir de: i)<\/em> diferentes deflatores da PTF ii)<\/em> diferentes deflatores para o investimento; iii)<\/em> diversas medidas para a quantidade de trabalho; iv)<\/em> inclus\u00e3o de indicadores de capital humano; v)<\/em> ajuste para utiliza\u00e7\u00e3o da capacidade instalada. Mesmo utilizando todas essas diferentes medidas, o autor argumenta que elas n\u00e3o alteram o fato central que, em qualquer uma delas, a PTF cresceu pouco no Brasil durante esse per\u00edodo. Segundo o autor \u201ca trajet\u00f3ria da PTF (…) consiste em crescimento na primeira metade da d\u00e9cada de 1970, crescimento irregular na segunda metade da d\u00e9cada de 1970, queda na d\u00e9cada de 1980 e uma recupera\u00e7\u00e3o iniciada na d\u00e9cada de 1990 que foi insuficiente para recuperar as perdas da d\u00e9cada de 1980\u201d.<\/p>\n

Por sua vez, a taxa m\u00e9dia anual de crescimento da produtividade agregada do trabalho no Brasil (definida como o quociente entre o PIB e o pessoal ocupado total) foi de 1,09% no per\u00edodo entre 1992 e 2001 e de 1,17% entre 2001 e 2009. Ainda que os diferentes m\u00e9todos utilizados para ajustar as s\u00e9ries de pessoal ocupado \u2013 e, por vezes, as diferentes agrega\u00e7\u00f5es de per\u00edodos de tempo \u2013 possam levar a resultados um pouco diferentes, pode-se afirmar que a produtividade do trabalho manteve, nas d\u00e9cadas de 1990 e 2000, uma trajet\u00f3ria de crescimento est\u00e1vel, por\u00e9m reduzido (da ordem de 1% ao ano). O desempenho setorial, contudo, varia muito, havendo sinais claros de queda da produtividade do trabalho na ind\u00fastria de transforma\u00e7\u00e3o. J\u00e1 a agropecu\u00e1ria e a ind\u00fastria extrativa exibiram taxas de crescimento da produtividade do trabalho de 3,8% e 2,0% ao longo da \u00faltima d\u00e9cada. A an\u00e1lise amparada na rela\u00e7\u00e3o entre a produ\u00e7\u00e3o f\u00edsica e as horas pagas revelou que a taxa m\u00e9dia mensal anualizada de crescimento da produtividade alcan\u00e7ou n\u00edveis mais elevados (2,25% para a ind\u00fastria geral, 2,22% para a ind\u00fastria extrativa e 2,13% para a ind\u00fastria de transforma\u00e7\u00e3o) do que os observados quando se usa o valor adicionado e o pessoal ocupado. Contudo, o cen\u00e1rio favor\u00e1vel observado para os indicadores de produtividade obtidos a partir dos dados de produ\u00e7\u00e3o f\u00edsica desaparece ap\u00f3s a crise internacional de 2008.<\/p>\n

Considera\u00e7\u00f5es finais e hip\u00f3teses para o baixo crescimento da produtividade<\/strong><\/p>\n

Em face dos resultados apresentados nesta breve an\u00e1lise, pode-se levantar um conjunto de hip\u00f3teses que explicariam os baixos n\u00edveis de crescimento da produtividade no pa\u00eds ao longo das \u00faltimas d\u00e9cadas. Autores como Miguez e Moraes (2014) e Squeff e De Negri (2014) indicam que, embora a estrutura produtiva possa ser, em alguma medida, um fator limitador do crescimento da produtividade, n\u00e3o ser\u00e3o mudan\u00e7as estruturais que possibilitar\u00e3o \u00e0 economia brasileira novos saltos de produtividade. Embora existam diferencias substantivos no n\u00edvel de produtividade \u2013 especialmente a do trabalho \u2013 entre os setores econ\u00f4micos, n\u00e3o existem diferen\u00e7as t\u00e3o grandes entre a participa\u00e7\u00e3o da ind\u00fastria ou dos servi\u00e7os no PIB, no caso brasileiro em rela\u00e7\u00e3o aos pa\u00edses desenvolvidos.<\/p>\n

Uma vez que a maior parte dos diferenciais de produtividade entre o Brasil e o resto do mundo \u00e9 explicada pelos diferenciais intrassetoriais, \u00e9 necess\u00e1rio buscar outros fatores, sist\u00eamicos, para explicar a defasagem nessa vari\u00e1vel. Para que tenham capacidade de explicar a persist\u00eancia da baixa produtividade brasileira ao longo das d\u00e9cadas, \u00e9 preciso que esses fatores sejam estruturais e n\u00e3o meramente conjunturais. Sem a pretens\u00e3o de exaurir todos os poss\u00edveis fatores que afetam a produtividade no Brasil, vale levantar as hip\u00f3teses mais prov\u00e1veis2<\/sup>.<\/p>\n

No longo prazo, a tecnologia talvez seja o fator mais relevante para os ganhos de produtividade. Tanto as inova\u00e7\u00f5es de processo, que possibilitam uma maior produ\u00e7\u00e3o f\u00edsica a partir de uma mesma utiliza\u00e7\u00e3o de fatores, como as inova\u00e7\u00f5es de produto, que possibilitam pre\u00e7os maiores por uma mesma quantidade f\u00edsica de produtos. Nessa \u00e1rea, a estrutura produtiva possivelmente importa mais, dado que a maior parte do investimento mundial em P&D \u00e9 realizado apenas nos setores farmac\u00eautico e de tecnologia da informa\u00e7\u00e3o e comunica\u00e7\u00e3o (TIC).<\/p>\n

Outro fator que, no longo prazo, \u00e9 crucial para a amplia\u00e7\u00e3o da produtividade \u00e9 a educa\u00e7\u00e3o e a qualifica\u00e7\u00e3o da m\u00e3o de obra. \u00c9 certo que, nos \u00faltimos 20 anos o Brasil tem ampliado de forma significativa a escolaridade m\u00e9dia de sua popula\u00e7\u00e3o e de sua for\u00e7a de trabalho. De fato, boa parte do modesto aumento na PTF do pa\u00eds nos \u00faltimos anos parece ser explicada pelo aumento do estoque de capital humano. Entretanto, ainda existem quest\u00f5es relevantes a serem equacionadas, associadas tanto \u00e0 qualidade da educa\u00e7\u00e3o quanto \u00e0s \u00e1reas de forma\u00e7\u00e3o em n\u00edvel superior e n\u00edvel m\u00e9dio. O recente debate sobre escassez de engenheiros na economia brasileira evidencia que, em algumas especialidades, a escassez de profissionais \u00e9 mais preocupante do que em outras.\u00a0 N\u00e3o por acaso, esse \u00e9 o principal fator a impactar negativamente a produtividade, segundo enquete realizada com empresas brasileiras e cujos resultados foram relatados por Oliveira e De Negri (2014).<\/p>\n

As defici\u00eancias de infraestrutura s\u00e3o outro fator relevante. D\u00e9cadas de baixo investimento deixaram patente a insufici\u00eancia cr\u00f4nica de infraestrutura para sustentar o processo de crescimento econ\u00f4mico brasileiro. Em certa medida, a baixa rela\u00e7\u00e3o capital\/trabalho da economia brasileira \u2013 apontada por alguns autores3<\/sup> como uma das causas para a baixa produtividade do trabalho \u2013 est\u00e1 associada a um baixo estoque de capital em infraestrutura.<\/p>\n

Por fim, e n\u00e3o menos importante, est\u00e1 o que se poderia chamar de ambiente de neg\u00f3cios ou de qualidade das institui\u00e7\u00f5es. A excessiva burocracia \u2013 n\u00e3o apenas p\u00fablica \u2013 se manifesta desde a chegada ou a sa\u00edda de mercadorias nos portos, at\u00e9 o registro de um novo medicamento ou patente, passando pela lentid\u00e3o da Justi\u00e7a ou pela complexidade da estrutura tribut\u00e1ria brasileira. Este \u00faltimo elemento \u00e9, na vis\u00e3o das empresas, uma das causas fundamentais da baixa competitividade da economia (Oliveira e De Negri, 2014). Independentemente do tamanho que se considere ideal para o Estado, n\u00e3o parece haver mais d\u00favidas entre economistas de diversas correntes de que \u00e9 crucial que ele seja mais eficiente. Esse \u00e9 um gargalo que, al\u00e9m de afetar diretamente a produtividade da economia, tamb\u00e9m tem impactos negativos indiretos, ao afetar outros fatores como a infraestrutura e a inova\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

A investiga\u00e7\u00e3o de como essas e outras quest\u00f5es \u2013 tais como a concorr\u00eancia e a inser\u00e7\u00e3o internacional \u2013 afetam a produtividade da economia brasileira \u00e9 um desafio fundamental nesse momento. A an\u00e1lise agregada tem sido crucial para compreender algumas caracter\u00edsticas e gargalos para a produtividade brasileira. Entretanto, dado que a estrutura produtiva e as caracter\u00edsticas macroecon\u00f4micas explicam apenas uma parcela do baixo crescimento da produtividade, a fronteira desse tipo de investiga\u00e7\u00e3o est\u00e1 na an\u00e1lise de como os determinantes microecon\u00f4micos e a din\u00e2mica das firmas afetam a efici\u00eancia do pa\u00eds. Jogar mais luz no debate sobre produtividade a partir de uma perspectiva microecon\u00f4mica pode contribuir para a formula\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas que garantam a continuidade do processo de crescimento econ\u00f4mico e inclus\u00e3o social que marcou o pa\u00eds no per\u00edodo recente.<\/p>\n

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1<\/sup> Bonelli (2014) apresenta uma decomposi\u00e7\u00e3o mais detalhada.<\/p>\n

2<\/sup> Muitas dessas hip\u00f3teses ser\u00e3o investigadas detalhadamente no volume 2 do livro \u201cProdutividade no Brasil: desempenho e determinantes\u201d.<\/p>\n

3<\/sup> Ver, por exemplo, Bonelli (2014).<\/p>\n

 <\/p>\n

Esse texto corresponde uma vers\u00e3o resumida dos trabalhos \u201cOs dilemas e os desafios da produtividade no Brasil\u201d e \u201cEvolu\u00e7\u00e3o recente dos indicadores de produtividade no Brasil\u201d dispon\u00edveis no primeiro volume do livro \u201cProdutividade no Brasil: desempenho e determinantes\u201d, organizado por Fernanda De Negri e Luiz Ricardo Cavalcante e publicado pelo Instituto de Pesquisa Econ\u00f4mica Aplicada em novembro de 2014. O livro est\u00e1 dispon\u00edvel em http:\/\/bit.ly\/1wzsGQh<\/a><\/em><\/p>\n

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Refer\u00eancias<\/strong><\/p>\n

BONELLI, R. Produtividade e armadilha do lento crescimento. In<\/em>: DE NEGRI, F.; CAVALCANTE, L. R. Produtividade no Brasil<\/em>: desempenho e determinantes. Bras\u00edlia: ABDI \/ IPEA, 2014.<\/p>\n

CAVALCANTE, L. R.; DE NEGRI, F.. Evolu\u00e7\u00e3o recente dos indicadores de produtividade no Brasil. In<\/em>: DE NEGRI, F.; CAVALCANTE, L. R. Produtividade no Brasil<\/em>: desempenho e determinantes. Bras\u00edlia: ABDI \/ IPEA, 2014.<\/p>\n

DE NEGRI, F.; CAVALCANTE, L. R. Os dilemas e os desafios da produtividade no Brasil. In<\/em>: DE NEGRI, F.; CAVALCANTE, L. R. Produtividade no Brasil<\/em>: desempenho e determinantes. Bras\u00edlia: ABDI \/ IPEA, 2014.<\/p>\n

DE NEGRI, F.; CAVALCANTE, L. R. Produtividade no Brasil<\/em>: desempenho e determinantes. Bras\u00edlia: ABDI \/ IPEA, 2014.<\/p>\n

ELLERY JR, R. Desafios para o c\u00e1lculo da produtividade total dos fatores. In<\/em>: DE NEGRI, F.; CAVALCANTE, L. R. Produtividade no Brasil<\/em>: desempenho e determinantes. Bras\u00edlia: ABDI \/ IPEA, 2014.<\/p>\n

MIGUEZ, T.; MORAES, T. Produtividade do trabalho e mudan\u00e7a estrutural: uma compara\u00e7\u00e3o internacional com base no world input-output database (WIOD) 1995-2009. In<\/em>: DE NEGRI, F.; CAVALCANTE, L. R. Produtividade no Brasil<\/em>: desempenho e determinantes. Bras\u00edlia: ABDI \/ IPEA, 2014.<\/p>\n

OLIVEIRA, J. M.; DE NEGRI, F. O desafio da produtividade na vis\u00e3o das empresas. In<\/em>: DE NEGRI, F.; CAVALCANTE, L. R. Produtividade no Brasil<\/em>: desempenho e determinantes. Bras\u00edlia: ABDI \/ IPEA, 2014.<\/p>\n

SQUEFF, G. C.; DE NEGRI, F. Produtividade do trabalho e mudan\u00e7a estrutural no Brasil nos anos 2000. In<\/em>: DE NEGRI, F.; CAVALCANTE, L. R. Produtividade no Brasil<\/em>: desempenho e determinantes. Bras\u00edlia: ABDI \/ IPEA, 2014.<\/p>\n

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