{"id":220,"date":"2011-02-23T22:48:47","date_gmt":"2011-02-24T01:48:47","guid":{"rendered":"http:\/\/www.brasil-economia-governo.org.br\/?p=220"},"modified":"2011-02-25T03:55:03","modified_gmt":"2011-02-25T06:55:03","slug":"e-possivel-controlar-o-gasto-do-governo-apenas-enxugando-os-desperdicios","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/?p=220","title":{"rendered":"\u00c9 poss\u00edvel controlar o gasto do Governo apenas enxugando os desperd\u00edcios?"},"content":{"rendered":"

\u00c9 muito comum o argumento de que o governo \u00e9 \u201cperdul\u00e1rio\u201d e que a\u00e7\u00f5es visando o enxugamento de desperd\u00edcios seriam suficientes para conter a expans\u00e3o do gasto p\u00fablico. Sendo v\u00e1lido esse argumento, a pol\u00edtica de controle de gastos deveria se concentrar nas chamadas \u201cdespesas de custeio\u201d da m\u00e1quina governamental: di\u00e1rias e passagens, material de consumo, servi\u00e7os terceirizados (limpeza, vigil\u00e2ncia, etc.), consultorias prestadas por empresas privadas, etc.<\/p>\n

O que se demonstra nesse texto \u00e9 que, embora seja desej\u00e1vel a redu\u00e7\u00e3o de eventuais desperd\u00edcios no custeio, esse tipo de controle de gasto nem de longe resolveria o desequil\u00edbrio das contas do Governo Federal.<\/p>\n

Em valores de 2010, um ajuste fiscal significativo estaria na ordem de R$ 40 a R$ 50 bilh\u00f5es<\/strong>. O que se poderia obter com um corte radical<\/span> no custeio n\u00e3o passaria de R$ 19 bilh\u00f5es.<\/strong><\/p>\n

Tomando-se os dados da execu\u00e7\u00e3o or\u00e7ament\u00e1ria do Governo Federal, temos que os \u201cgastos de custeio\u201d s\u00e3o aqueles classificados como \u201coutras despesas correntes\u201d. Mostra-se, a seguir, que a efetiva e significativa redu\u00e7\u00e3o das \u201coutras despesas correntes\u201d depende de mudan\u00e7as de f\u00f4lego na legisla\u00e7\u00e3o e nas pol\u00edticas p\u00fablicas, tais como: altera\u00e7\u00e3o nos requisitos para concess\u00e3o de aposentadorias e pens\u00f5es, revis\u00e3o da pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o real do sal\u00e1rio m\u00ednimo e reavalia\u00e7\u00e3o da indexa\u00e7\u00e3o do gasto com sa\u00fade ao crescimento do PIB nominal.<\/p>\n

S\u00e3o, portanto, medidas muito mais profundas do que a restri\u00e7\u00e3o ao gasto com passagens a\u00e9reas ou com compra de material de consumo.<\/p>\n

A Tabela 1 abre as \u201coutras despesas correntes\u201d em grandes itens de despesa. Olhando o valor da despesa total (R$ 594 bilh\u00f5es) parece f\u00e1cil fazer o ajuste fiscal. Se precisamos cortar R$50 bilh\u00f5es para zerar o d\u00e9ficit nominal do Governo, ent\u00e3o estamos falando de um ajuste de menos de 10% no custeio da m\u00e1quina p\u00fablica: nada que um \u201caperto de cintos\u201d n\u00e3o pudesse resolver.<\/p>\n

Mas essa impress\u00e3o \u00e9 ilus\u00f3ria. As outras linhas da Tabela 1 desagregam a despesa total, apresentando os itens em que ela \u00e9 r\u00edgida, seja por determina\u00e7\u00e3o legal, seja por se tratar de pol\u00edtica p\u00fablica priorit\u00e1ria.<\/p>\n

O primeiro item refere-se \u00e0 \u201cdistribui\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria de receitas\u201d: Fundos de Participa\u00e7\u00e3o dos Estados e dos Munic\u00edpios, Fundo Constitucional do DF, royalties <\/em>de petr\u00f3leo, etc. O Governo Federal, por determina\u00e7\u00e3o constitucional ou de diversas leis, \u00e9 obrigado a compartilhar sua arrecada\u00e7\u00e3o com estados. Trata-se, portanto, de despesa obrigat\u00f3ria e incomprim\u00edvel[1]<\/a>.<\/p>\n

O segundo item de despesa \u00e9 aquele referente \u00e0 Sa\u00fade. De acordo com a Emenda Constitucional n\u00ba 29, de 2000, o Governo Federal \u00e9 obrigado a gastar com sa\u00fade o valor efetivamente gasto no exerc\u00edcio anterior acrescido da varia\u00e7\u00e3o nominal do PIB. Portanto, tudo o que se gasta em sa\u00fade em um ano converte-se em despesa obrigat\u00f3ria para o ano seguinte, reajustado pela varia\u00e7\u00e3o do PIB. N\u00e3o s\u00f3 n\u00e3o h\u00e1 possibilidade de cortes, como h\u00e1 obrigatoriedade de crescimento real desse gasto ano ap\u00f3s ano.<\/p>\n

Tabela 1 \u2013 Outras despesas correntes do Governo Central (or\u00e7amentos fiscal e da seguridade social): 2010 <\/strong><\/p>\n\n\n\n\n\n\n\n\n\n\n\n\n\n\n\n\n
Despesa<\/strong><\/td>\nR$ Bilh\u00f5es<\/strong><\/td>\n% do Total<\/strong><\/td>\n<\/tr>\n
OUTRAS DESPESAS CORRENTES (TOTAL) (A)<\/td>\n593,8<\/td>\n100%<\/td>\n<\/tr>\n
1 – DISTRIBUI\u00c7\u00c3O OBRIGAT\u00d3RIA DE RECEITAS<\/td>\n137,0<\/td>\n23%<\/td>\n<\/tr>\n
2 – SA\u00daDE<\/td>\n50,9<\/td>\n9%<\/td>\n<\/tr>\n
3 – ASSOCIADA A PESSOAL E ENCARGOS (EXCETO SA\u00daDE)<\/td>\n3,8<\/td>\n1%<\/td>\n<\/tr>\n
4 – SENT. JUDIC., EXERC ANT. E COMPR. FINANC.(EXCETO SAUDE)<\/td>\n16,5<\/td>\n3%<\/td>\n<\/tr>\n
5 – BENEF\u00cdCIOS PREVIDENCI\u00c1RIOS E ASSISTENCIAIS (EXCETO SAUDE)<\/td>\n246,5<\/td>\n42%<\/td>\n<\/tr>\n
6 – SEGURO DESEMPREGO E PIS PASEP<\/td>\n29,2<\/td>\n5%<\/td>\n<\/tr>\n
7 – BENEF\u00cdCIO MENSAL AO DEFICIENTE E AO IDOSO<\/td>\n22,2<\/td>\n4%<\/td>\n<\/tr>\n
9 – EDUCA\u00c7\u00c3O<\/td>\n22,0<\/td>\n4%<\/td>\n<\/tr>\n
10 – Bolsa Fam\u00edlia<\/td>\n13,5<\/td>\n2%<\/td>\n<\/tr>\n
SOMAT\u00d3RIO DAS DESPESAS R\u00cdGIDAS (1+2+…+8) (B)<\/td>\n541,7<\/td>\n91%<\/td>\n<\/tr>\n
OUTRAS DESPESAS CORRENTES N\u00c3O R\u00cdGIDAS (C)=(A)-(B)<\/td>\n52,1<\/td>\n9%<\/td>\n<\/tr>\n
Memo: Despesas vinculadas ao sal\u00e1rio m\u00ednimo, ao PIB ou \u00e0 infla\u00e7\u00e3o: 2+5+6+7<\/td>\n348,8<\/td>\n59%<\/td>\n<\/tr>\n<\/tbody>\n<\/table>\n

Fonte: SIAFI \u2013 Sistema \u201cSiga Brasil\u201d. Elaborado pelo autor.<\/p>\n

(*) Conceito de \u201cdespesa liquidada\u201d.<\/p>\n

O terceiro grupo de despesas \u00e9 aquele associado aos gastos com pessoal. Os pagamentos de remunera\u00e7\u00f5es de servidores p\u00fablicos n\u00e3o s\u00e3o classificados como \u201coutras despesas correntes\u201d. S\u00e3o classificados como \u201cpessoal e encargos sociais\u201d. N\u00e3o fazem parte, portanto, do \u201ccusteio\u201d analisado nesse texto. Por\u00e9m, existem despesas classificadas como \u201coutras despesas correntes\u201d intimamente ligadas \u00e0 despesa de pessoal, tais como: aux\u00edlio alimenta\u00e7\u00e3o, aux\u00edlio transporte, sal\u00e1rio fam\u00edlia, etc. Todas essas despesas decorrem de obriga\u00e7\u00f5es legais da Uni\u00e3o na condi\u00e7\u00e3o de empregadora. Logo, o seu valor \u00e9 determinado a reboque das despesas com pessoal e encargos sociais. Sua redu\u00e7\u00e3o dependeria, portanto, da redu\u00e7\u00e3o nos gastos de pessoal. Mas os gastos de pessoal tamb\u00e9m s\u00e3o r\u00edgidos, devido a fatores como estabilidade no cargo e irredutibilidade de vencimentos[2]<\/a>.<\/p>\n

O quarto item da Tabela 1 representa despesas geradas no passado e que n\u00e3o podem ser cortadas no presente. \u00c9 o caso, por exemplo, de senten\u00e7as judiciais, indeniza\u00e7\u00f5es e restitui\u00e7\u00f5es que a Uni\u00e3o \u00e9 obrigada a pagar. A \u00fanica forma de cortar disp\u00eandio nesse item seria desobedecer ao Judici\u00e1rio ou ficar inadimplente junto a credores. Certamente essa n\u00e3o \u00e9 uma forma consistente de se fazer ajuste fiscal[3]<\/a>.<\/p>\n

O item 5 representa as aposentadorias, pens\u00f5es e outros benef\u00edcios previdenci\u00e1rios pagos pelo INSS. Obviamente essa \u00e9 uma despesa devida a todos aqueles que preenchem os requisitos legais para requerer uma aposentadoria, uma pens\u00e3o, um aux\u00edlio doen\u00e7a ou qualquer outro benef\u00edcio pago pelo INSS. N\u00e3o h\u00e1 como fazer redu\u00e7\u00e3o dessa despesa negando-se a concess\u00e3o de benef\u00edcios para os quais os requerentes tenham direito.<\/p>\n

Ademais, por decis\u00e3o governamental, o sal\u00e1rio m\u00ednimo (que \u00e9 a base de refer\u00eancia para aproximadamente 2\/3 dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios) tem subido acima da infla\u00e7\u00e3o. Nos \u00faltimos anos o seu reajuste tem sido feito com base no crescimento do PIB. Os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios superiores a um sal\u00e1rio m\u00ednimo s\u00e3o reajustados pela infla\u00e7\u00e3o passada.<\/p>\n

Por isso, as \u00fanicas formas de redu\u00e7\u00e3o desse tipo de disp\u00eandio s\u00e3o a reforma na legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria ou a desvincula\u00e7\u00e3o do valor dos benef\u00edcios b\u00e1sicos do valor do sal\u00e1rio m\u00ednimo[4]<\/a>.<\/p>\n

Os itens 6 e 7 s\u00e3o similares ao anterior. Referem-se a benef\u00edcios que s\u00e3o pagos a todos os requerentes que cumpram os requisitos legais. A Lei Org\u00e2nica da Assist\u00eancia Social define a obrigatoriedade do pagamento de benef\u00edcios aos deficientes f\u00edsicos e idosos de baixa renda. Tais benef\u00edcios s\u00e3o indexados ao sal\u00e1rio m\u00ednimo. O PIS-PASEP e o seguro desemprego pagam abonos e remuneram temporariamente os desempregados. Embora esse benef\u00edcio n\u00e3o esteja formalmente vinculado ao sal\u00e1rio m\u00ednimo, parte substancial dos benefici\u00e1rios est\u00e1 nessa faixa de renda, de modo que os reajustes reais do m\u00ednimo tamb\u00e9m impactam essa categoria de despesa.<\/p>\n

O item 8 cont\u00e9m as \u201coutras despesas correntes\u201d em educa\u00e7\u00e3o. Na educa\u00e7\u00e3o h\u00e1 um complexo sistema de vincula\u00e7\u00e3o de impostos aos gastos com \u201cmanuten\u00e7\u00e3o e desenvolvimento do ensino (MDE)\u201d[5]<\/a>: 18% da arrecada\u00e7\u00e3o de impostos do Governo Federal devem ser destinados a essa finalidade. Al\u00e9m disso, h\u00e1 a obrigatoriedade de se fazer aportes de recursos federais, a t\u00edtulo de complementa\u00e7\u00e3o, ao Fundo de Desenvolvimento e Manuten\u00e7\u00e3o da Educa\u00e7\u00e3o B\u00e1sica e de Valoriza\u00e7\u00e3o dos Profissionais da Educa\u00e7\u00e3o (FUNDEB)[6]<\/a>.<\/p>\n

Tais obriga\u00e7\u00f5es legais n\u00e3o chegam a ser uma fonte importante de rigidez nas \u201coutras despesas correntes\u201d em educa\u00e7\u00e3o, pois o gasto obrigat\u00f3rio recai quase que totalmente no item \u201cdespesa de pessoal e encargos sociais\u201d. No entanto, esse \u00e9 um setor priorit\u00e1rio da gest\u00e3o p\u00fablica. Ainda que possa haver desperd\u00edcios no custeio da educa\u00e7\u00e3o, a economia eventualmente feita com o corte desses desperd\u00edcios tenderia a ser reaplicada em outros programas (mais eficientes) dentro da pr\u00f3pria \u00e1rea da educa\u00e7\u00e3o. No limite, fazendo uma hip\u00f3tese her\u00f3ica, poder\u00edamos imaginar que um corte radical no custeio da educa\u00e7\u00e3o representaria uma economia de 10 a 20%. Ou seja, no m\u00e1ximo R$ 4,4 bilh\u00f5es.<\/p>\n

O \u00faltimo item diz respeito ao Programa Bolsa Fam\u00edlia. De acordo com a Lei n\u00ba 10.836, de 2004, que rege o programa, \u00e9 o Governo que define o valor e a quantidade de bolsas a serem concedidas. A rigor, se desejasse cortar o programa, n\u00e3o seria necess\u00e1rio revogar a lei. Bastaria definir um valor irris\u00f3rio para a bolsa (cujo valor n\u00e3o est\u00e1 indexado ao sal\u00e1rio m\u00ednimo ou a qualquer outro indicador) ou reduzir drasticamente o n\u00famero de benefici\u00e1rios.<\/p>\n

Obviamente, o grande peso pol\u00edtico desse programa, aliado aos seus resultados positivos na mitiga\u00e7\u00e3o da mis\u00e9ria, e poss\u00edveis contesta\u00e7\u00f5es judiciais \u00e0 redu\u00e7\u00e3o do valor do benef\u00edcio, tornam tal procedimento bastante improv\u00e1vel.<\/p>\n

Ao deduzir todos esses itens r\u00edgidos das \u201coutras despesas de custeio\u201d sobram apenas R$ 52 bilh\u00f5es de despesas flex\u00edveis: 9% da despesa total. Como fazer um ajuste fiscal da ordem de R$ 50 bilh\u00f5es (necess\u00e1rios para zerar o d\u00e9ficit nominal) se o conjunto de despesas a ser submetida a enxugamento \u00e9 de R$ 52 bilh\u00f5es? Seria preciso interromper todos os programas de governo que n\u00e3o tenham sido listados na tabela 1: saneamento b\u00e1sico, ci\u00eancia e tecnologia, defesa, urbaniza\u00e7\u00e3o, agricultura, meio-ambiente, etc.<\/p>\n

Outro indicador da dificuldade de se cortar o custeio est\u00e1 na \u00faltima linha da Tabela 1: nada menos que 59% das \u201coutras despesas correntes\u201d s\u00e3o reajustados, automaticamente, pela varia\u00e7\u00e3o do PIB ou pela infla\u00e7\u00e3o do ano anterior.<\/p>\n

Um corte forte nas \u201coutras despesas correntes\u201d n\u00e3o r\u00edgidas, da ordem de 20%, levaria a uma economia de R$ 10,4 bilh\u00f5es. Somando-se a isso a economia na \u00e1rea da educa\u00e7\u00e3o, acima calculada em R$ 4,4 bilh\u00f5es, ter\u00edamos um corte de R$ 14,8 bilh\u00f5es, obtido mediante forte comprometimento da gest\u00e3o governamental. E mesmo esse grande esfor\u00e7o n\u00e3o nos colocaria nem perto do necess\u00e1rio ajuste de R$ 50 bilh\u00f5es.<\/p>\n

Ademais, seriam altas as chances de que esses cortes fossem revertidos em exerc\u00edcios posteriores, mediante press\u00f5es para a retomada de pol\u00edtica p\u00fablicas por eles prejudicadas.<\/p>\n

Fica claro que n\u00e3o h\u00e1 op\u00e7\u00f5es de ajuste fiscal permanente, consistente e com efeito a longo prazo que se baseie apenas no \u201cenxugamento de desperd\u00edcios nas despesas de custeio\u201d. Embora seja salutar e desej\u00e1vel que se busque cortar desperd\u00edcios, o ajuste necess\u00e1rio vai al\u00e9m e requer reorienta\u00e7\u00e3o da a\u00e7\u00e3o do Governo em pol\u00edticas relevantes. \u00c9 preciso, inclusive, tomar medidas que ajustem a despesa em itens que n\u00e3o foram aqui analisados, como a despesa de pessoal, investimentos e invers\u00f5es financeiras.<\/p>\n

Um roteiro para um ajuste da despesa p\u00fablica passa pelos seguintes pontos:<\/p>\n

a)\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0 racionaliza\u00e7\u00e3o da pol\u00edtica de pessoal, voltada para a qualidade na contrata\u00e7\u00e3o, o est\u00edmulo ao bom desempenho e o controle da folha de pagamento;<\/p>\n

b)\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0 forte esfor\u00e7o de avalia\u00e7\u00e3o dos investimentos p\u00fablicos priorit\u00e1rios, com o cancelamento de investimentos desnecess\u00e1rios ou question\u00e1veis;<\/p>\n

c)\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0 dinamiza\u00e7\u00e3o dos procedimentos de concess\u00f5es e demais modalidades de participa\u00e7\u00e3o da iniciativa privada nos investimentos de infraestrutura (inclusive a melhoria na regula\u00e7\u00e3o e na capacidade de atua\u00e7\u00e3o das ag\u00eancias reguladoras), com vistas a se acelerar os investimentos nessa \u00e1rea, com o envolvimento de menos recursos p\u00fablicos e com maior efici\u00eancia;<\/p>\n

d)\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0 revis\u00e3o da pol\u00edtica de reajuste do sal\u00e1rio m\u00ednimo, para reduzir a velocidade de crescimento das despesas a ele indexadas;<\/p>\n

e)\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0 complementa\u00e7\u00e3o da reforma da previd\u00eancia social;<\/p>\n

f)\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0 revis\u00e3o da regra de despesa m\u00ednima em sa\u00fade, vinculando-se a expans\u00e3o da verba a melhorias na gest\u00e3o e a indicadores de qualidade;<\/p>\n

g)\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0 revis\u00e3o das pol\u00edticas industrial e de incentivos regionais, visando \u00e0 redu\u00e7\u00e3o dos recursos aplicados em financiamentos subsidiados a programas de baixo retorno social ou \u00e0 gradual retirada do Governo Federal do mercado de financiamento de longo prazo ao setor privado.<\/p>\n

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