{"id":1382,"date":"2012-08-13T08:46:52","date_gmt":"2012-08-13T11:46:52","guid":{"rendered":"http:\/\/www.brasil-economia-governo.org.br\/?p=1382"},"modified":"2012-08-13T08:46:52","modified_gmt":"2012-08-13T11:46:52","slug":"o-que-e-o-mercado-de-carbono-e-como-ele-opera-no-brasil","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.brasil-economia-governo.com.br\/?p=1382","title":{"rendered":"O que \u00e9 o mercado de carbono e como ele opera no Brasil?"},"content":{"rendered":"

O cr\u00e9dito de carbono \u00e9 um certificado eletr\u00f4nico que \u00e9 emitido quando h\u00e1 diminui\u00e7\u00e3o de emiss\u00e3o de gases que provocam o efeito estufa, gerador de aquecimento global. Um cr\u00e9dito de carbono equivale a uma tonelada de CO2<\/sub> (di\u00f3xido de carbono) que deixou de ser emitido para a atmosfera. Aos outros gases reduzidos s\u00e3o emitidos cr\u00e9ditos, utilizando-se uma tabela de equival\u00eancia entre cada um dos gases e o CO2<\/sub>.<\/p>\n

Empresas que conseguem diminuir a emiss\u00e3o de gases de efeito estufa (GEE) obt\u00eam esses cr\u00e9ditos, podendo vend\u00ea-los nos mercados financeiros. Os cr\u00e9ditos de carbono s\u00e3o considerados commodities<\/em> (mercadorias negociadas com pre\u00e7os estabelecidos pelo mercado internacional).<\/p>\n

Estes cr\u00e9ditos geralmente s\u00e3o comprados por empresas no exterior que, em fun\u00e7\u00e3o do Protocolo de Quioto, t\u00eam metas obrigat\u00f3rias de redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es de gases de efeito estufa, mas n\u00e3o conseguem atingir o patamar determinado. A compra dos cr\u00e9ditos permite-lhes manter ou aumentar suas emiss\u00f5es.<\/p>\n

Ou seja, empresas que poluem acima do limite permitido pelo Protocolo de Quioto pagam pela polui\u00e7\u00e3o adicional que geram, remunerando as atividades que reduzem as emiss\u00f5es de gases.<\/p>\n

Pelo Protocolo de Quioto, os pa\u00edses industrializados dever\u00e3o reduzir suas emiss\u00f5es de GEE em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s emiss\u00f5es de 1990. O Protocolo estabeleceu tr\u00eas mecanismos inovadores, conhecidos como Com\u00e9rcio de Emiss\u00f5es, Implementa\u00e7\u00e3o Conjunta e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Os dois primeiros s\u00e3o exclusivos dos pa\u00edses que possuem metas obrigat\u00f3rias, o que n\u00e3o \u00e9 o caso do Brasil.<\/p>\n

Somente no caso do MDL \u00e9 que existe a finalidade de contribuir para o desenvolvimento sustent\u00e1vel dos pa\u00edses em desenvolvimento.<\/p>\n

O com\u00e9rcio de emiss\u00f5es \u00e9 um sistema global de compra e venda de emiss\u00f5es de carbono, baseado no esquema de mercado cap-and-trade<\/em>. A express\u00e3o cap-and-trade<\/em>, que na tradu\u00e7\u00e3o livre seria algo como \u201climite e negocia\u00e7\u00e3o\u201d, \u00e9 usada para denominar um mecanismo de mercado que cria limites para as emiss\u00f5es de gases de um determinado setor ou grupo. Com base nos limites estabelecidos, s\u00e3o lan\u00e7adas permiss\u00f5es de emiss\u00e3o e cada participante do esquema determina como cumprir\u00e1 estes limites.<\/p>\n

As cotas (ou permiss\u00f5es) de emiss\u00e3o podem ser comercializadas, ou seja, aqueles pa\u00edses (ou firmas) que conseguem emitir menos do que foi estabelecido a eles podem vender o excedente \u00e0queles que n\u00e3o conseguiram (ou n\u00e3o quiseram) limitar suas emiss\u00f5es ao n\u00famero de cotas que tinham.<\/p>\n

Nesse ponto \u00e9 que surge o interesse nos projetos de MDL realizados nos pa\u00edses em desenvolvimento (que n\u00e3o possuem metas obrigat\u00f3rias), pois esses projetos d\u00e3o direito aos seus idealizadores de receberem cr\u00e9ditos de carbono para comercializar.<\/p>\n

H\u00e1 uma s\u00e9rie de crit\u00e9rios para reconhecimento desses projetos, como estarem alinhados \u00e0s premissas de desenvolvimento sustent\u00e1vel do pa\u00eds hospedeiro, definidos por uma Autoridade Nacional Designada. No caso do Brasil, tal autoridade \u00e9 a Comiss\u00e3o Interministerial de Mudan\u00e7a do Clima. Somente ap\u00f3s a aprova\u00e7\u00e3o pela Comiss\u00e3o, \u00e9 que o projeto pode ser submetido \u00e0 ONU para avalia\u00e7\u00e3o e registro.<\/p>\n

De acordo com o estabelecido pelas regras do MDL, todo projeto deve ter um proponente, que ser\u00e1 o respons\u00e1vel por ele perante as inst\u00e2ncias do Conselho Executivo do MDL.<\/p>\n

O proponente deve ser uma pessoa jur\u00eddica \u2013 o que significa que projetos de MDL podem ser propostos por governos, ONGs, cooperativas, associa\u00e7\u00f5es e empresas ou outras institui\u00e7\u00f5es formais, mas n\u00e3o por indiv\u00edduos ou entidades informais.<\/p>\n

Os requisitos gerais que devem ser atendidos por um projeto de MDL, segundo o Conselho Executivo, s\u00e3o:<\/p>\n