Comentários sobre: Como a imprensa desinformou sobre a nova taxa de bagagem https://www.brasil-economia-governo.com.br/?p=3083&utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=como-a-imprensa-desinformou-sobre-a-nova-taxa-de-bagagem Sat, 04 Nov 2017 14:15:19 +0000 hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 Por: Marcos Kohler https://www.brasil-economia-governo.com.br/?p=3083#comment-52067 Sat, 04 Nov 2017 14:15:19 +0000 http://www.brasil-economia-governo.org.br/?p=3083#comment-52067 Obg pela resposta, Maurício.

Algumas observações/ideias:

1. visualmente, me pareceu que a dispersão das variações dos preços é muito alta. Dei uma olhada nos dados da ABEAR (ASK = available seat kilometer (oferta de assentos vezes kilometros); (RPK = revenue per seat per kilometer). taxa de ocupação e outros). Esses indicadores têm menor flutuação. Pensei que um modelo interessante para tentar estimar os efeitos sazonais, do ciclo e de custos pudesse ser:
a) como a indústria tem planejamento rígido, as flutuações no ASK mês a mês seriam a melhor estimativa das companhias sobre qual seja a variação mensal na demanda e, portanto, a melhor informação sobre variação sazonal (ask maiores que a média levariam a aumentos sazonais e ask menores levariam a .reduções sazonais)
b) a variação na taxa de ocupação poderia funcionar como proxy do “erro” de planejamento do ASK pelas companhias, devido a surpresas na demanda. Essas surpresas na demanda poderiam ser interpretadas como decorrentes do ciclo econômico (uma taxa de ocupação menor do que a média pode ser interpretada como surpresa desfavorável em relação à demanda planejada), o que reduziria os preços.
c) há declarações recentes da ABEAR estimando que o custo de capital (fretameto) responde por 22% do custo (assim, variações no dólar poderiam servir como proxy do aumento do custo de capital em reais)
d) a mesma fonte estima que o combustível responde hoje por 25% dos custos (historicamente esse custo representava 40% do custo total). A queda teria ocorrido por aumento da capacidade ociosa que elevou o custo de capital unitário e pela queda no preço do petróleo.
e) os custos de mão-de-obra não variaram no período, já que o dissídio da categoria é em dezembro.
Mesmo considerando que há poucos meses na série, talvez fosse possível testar minimamente o que ocorreu de fato com os preços de junho a setembro, filtrando o ciclo econômico, as variações sazonais e as variações de custo (combustível e dólar). No caso dos custos, seria necessário usar a cotação do petróleo e do dólar futuro, já que a pesquisa do IBGE tem um atraso de 60 dias.

2. li o paper que vc. indicou e mais alguns outros. Senti falta na literatura de menção aos custos fixos da estrutura de coleta, embarque, acondicionamento, retirada e entrega de bagagem despachada. Aparentemente, essa estrutura é bastante cara e tem prazo de depreciação elevado. Uma redução na demanda de bagagens despachada não eliminaria esses custos fixos. Como a própria cobrança geraria deslocamento para baixo na demanda, a medida imporia um aumento grande do custo fixo unitário da bagagem despachada. No mínimo, esse fator reduziria o ganho líquido das empresas com a cobrança de bagagem.

3. um ponto que me chama a atenção é que a cobrança por volume é fixa e, portanto, independe da distância, do peso e do número de conexões. Isso depõe contra o argumento de que a medida visa imputar os custos da bagagem despachada exclusivamente aos usuários do serviço. A cobrança não reflete os fatores de custo. A isso se junta o fato de que, no curto prazo, há aumento de custo fixo unitário em razão da capacidade já instalada ser inflexível no curto e no médio prazos.

São algumas ideias que gostaria de levar até você. Se achar interessante e quiser discutir mais, meu email é marcoskohler@hotmail.com

Abs

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Por: Maurício Schwartsman https://www.brasil-economia-governo.com.br/?p=3083#comment-52065 Thu, 02 Nov 2017 20:07:40 +0000 http://www.brasil-economia-governo.org.br/?p=3083#comment-52065 1) Porque a mediana é uma medida mais robusta. Às vezes um valor extremo isolado é capaz de “puxar” a média para si e afastá-la do centro dos dados. Isso dito, se tivesse usado a média, o desenho ficaria parecido – exceção feita, talvez, a março e novembro.

2) Até onde sei, não. A Anac tem uma base de microdados que registra quando uma passagem foi comprada, mas não quando será o voo. Neste caso seria possível ver como a época do ano em que a passagem foi comprada influi no preço, mas não como a data do voo interfere.

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Por: Marcos Köhler https://www.brasil-economia-governo.com.br/?p=3083#comment-52064 Thu, 02 Nov 2017 14:44:52 +0000 http://www.brasil-economia-governo.org.br/?p=3083#comment-52064 Parabéns pelo artigo. Fiquei com uma dúvida: porque vc usou a mediana – e não média – das variacões mensais para estimar os fatores sazonais.
Vc sabe se a Anac calcula esses valores sazonais?

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